Goldfajn adianta que taxas de juros vão cair mais rapidamente

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Publicado Sexta, 11 de Agosto de 2017 às 12:24, por: CdB

Goldfajn repetiu ainda que o impacto da queda de confiança na atividade tem sido, até o momento, limitado e que os dados econômicos do segundo trimestre continuaram mostrando recuperação gradual.

 

Por Redação, com Reuters - de Brasília e São Paulo

 

Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn afirmou, nesta sexta-feira, que há expectativas de quedas adicionais da Selic diante do cenário benigno de inflação. Ele voltou a defender a necessidade de aprovação das reformas para que o processo de desinflação continue.

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Ilan Goldfajn, presidente do BC, avalia que há espaço para queda nas taxas de juros

— Em face das expectativas de inflação ancoradas em torno da meta, da inflação em queda e do alto grau de ociosidade na economia, a taxa Selic recuou 500 pontos-base nos últimos meses e há expectativa no mercado de quedas adicionais à frente — afirmou Ilan durante evento do BC em São Paulo.

Cenário externo

A Selic está atualmente em 9,25% ao ano, e o BC já indicou que deve manter em setembro o ritmo de corte de 1 ponto percentual adotado nas suas três últimas reuniões. O atual processo de afrouxamento monetário começou em outubro passado, com a Selic em 14,25%.

Em meio à intensa discussão dentro do governo sobre as metas fiscais, o presidente do BC reafirmou que é muito importante a aprovação de reformas, "notadamente as de natureza fiscal e creditícia", para que o processo de desinflação tenha sequência.

Goldfajn repetiu ainda que o impacto da queda de confiança na atividade tem sido, até o momento, limitado e que os dados econômicos do segundo trimestre continuaram mostrando recuperação gradual. Ele reafirmou que o cenário externo continua favorável e que tem contribuído, "até o momento", para o apetite por ativos de economias emergentes.

Dólar recua

Enquanto Goldfajn discursava, o dólar recuava ante o real. Mas o motivo era um dado de inflação mais fraco do que o esperado nos Estados Unidos esfriar as apostas para nova alta de juros no país neste ano.

Mesmo assim, a cautela continuava nos mercados diante das tensões geopolíticas entre Estados Unidos e Coreia do Norte e também da questão fiscal brasileira. Às 10h23, o dólar recuava 0,17%, a R$ 3,1701 na venda, depois de bater R$ 3,1582 na mínima do dia. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,20%.

— Pode ser uma pressão (de queda) momentânea. O final de semana pode levar a um movimento de proteção e realização de lucros —; afirmou o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, ao destacar o cenário delicado interno e externo.

IPC nos EUA

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos subiu 0,1% no mês passado. Mas ficou abaixo do esperado por economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters, de alta de 0,2%. O resultado sinaliza inflação benigna que pode levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a ser cauteloso sobre a elevação das taxas de juros novamente neste ano.

O dólar recuava cerca de 0,20% frente a uma cesta de moedas. Perdia terreno também ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

Juros maiores nos EUA tendem a atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira. Ainda no exterior, as ameaças entre Estados Unidos e Coreia do Norte mantinha a luz amarela entre os investidores.

Pyongyang

Nesta manhã, o presidente dos EUA, Donald Trump, deu mais um aviso aos norte-coreanos. Ele afirmou que as armas norte-americanas estão prontas e carregadas.

"As ameaças entre Washington e Pyongyang sobem de tom. E, na ofensiva, mantém os mercados em modo de alerta", resumiu a corretora Guide em relatório.

Internamente, os investidores seguiam de olho nas negociações para a mudança da meta fiscal deste e do próximo ano.

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