Gravadoras discordam dos resultados de estudo sobre downloads

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Publicado Terça, 13 de Abril de 2004 às 12:05, por: CdB

A Associação das Gravadoras da América (RIAA) está questionando os resultados de um estudo acadêmico recente sobre downloads ilegais.

Amy Weiss, a vice-presidente sênior de comunicações da RIAA, descreveu os resultados do estudo Oberholzer-Strumpf, divulgados em 30 de março, como ``contra-intuitivos''. O estudo aparentemente absolve as pessoas que fazem downloads ilegais de música da culpa por causar um impacto negativo sobre a indústria musical.

Weiss disse que o estudo é anômalo, na medida em que contradiz as conclusões de cinco outros estudos de atividade P2P (peer-to-peer) realizados em 2002-03.

Todos sugerem que a partilha de arquivos é um dos fatores principais a provocar a queda das vendas de música.

Feito por dois professores da Universidade Harvard e da Universidade da Carolina do Norte, o novo estudo é repleto de equações estatísticas complexas.

``Estamos curiosos para saber o que outros acadêmicos dirão do estudo, já que ele ainda não foi revisto por professores, nem publicado em periódico'', escreveu Weiss.

``Gostaríamos de compreender o que os autores realmente fizeram no estudo, já que o texto da análise é incompreensível para um leigo.''

A RIAA diz que o estudo é incorreto porque os professores usaram o quarto trimestre de 2002 como base para suas conclusões.

``Não é possível analisar registros de vendas e downloads referentes a 17 semanas e determinar se os downloads prejudicaram ou não as vendas nos últimos três anos'', escreveu Weiss.

A equipe responsável pelo estudo aventa várias razões ''plausíveis'' para explicar a queda nas vendas, mas não fundamenta suas idéias com estatísticas.

A equipe fala em condições macroeconômicas negativas, a queda no número de álbuns lançados, a concorrência crescente de outras formas de entretenimento, a redução na diversidade musical em função da consolidação das rádios, o custo das taxas pagas por independentes para conseguirem ser tocados nas rádios e ``uma possível reação dos consumidores contra as táticas empregadas pela indústria musical''.

Russ Crupnick, presidente da NPD Music, diz que vários estudos feitos por seu grupo, usando metodologias diversas, renderam conclusões opostas.

``Tudo o que analisamos discorda totalmente dos resultados do estudo Oberholzer-Strumpf'', disse Crupnick. Um estudo recente da NPD indica uma queda de 29 por cento no número de CDs vendidos em 2003, em função dos downloads P2P.

A Federação Internacional da Indústria Fonográfica também criticou o estudo Oberholzer-Strumpf.

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