Graves irregularidades no governo Cabral são alvo de novas denúncias

Arquivado em:
Publicado Sexta, 14 de Fevereiro de 2014 às 11:45, por: CdB
garotinho.jpg
Garotinho, futuro candidato ao governo do Estado do Rio, tem novas denúncias contra o governador Sérgio Cabral
A campanha ao Palácio Guanabara ainda mal começou e já se pode perceber que o atual governador, Sérgio Cabral, será vedete do horário eleitoral gratuito, em rádios e tevês, com o surgimento de mais detalhes sobre o envolvimento dele com o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Engenharia, uma das empresas envolvidas nos escândalos do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Um dos sinais de que as ligações entre Cabral e Cavendish são potencialmente mais perigosas para os cofres públicos do que imaginavam as autoridades escapou por entre os comentários do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), durante encontro com jornalistas e blogueiros que integram o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé do Rio de Janeiro, no Centro do Rio. – O que divulguei das relações entre o (Sérgio) Cabral e o (Fernando) Cavendish, com aqueles vídeos do guardanapo na cabeça, durante uma alegre viagem a Paris, é apenas 10% do que me chegou e, sem nenhuma dúvida, o eleitor fluminense terá garantido o seu direito de conhecer toda a extensão dessa farra promovida com dinheiro público. Mas, diante de outras graves irregularidades que ocorrem no atual governo, este relacionamento entre uma autoridade pública e um empresário envolvido com bicheiros terá que esperar na fila – disse Garotinho, no final da tarde desta quinta-feira. Cotado em recentes pesquisas de opinião para voltar ao cargo para o qual foi eleito por dois mandatos e ao qual ajudou a eleger a mulher, Rosinha Garotinho, no primeiro turno, o ex-governador Garotinho apontou a existência de mais irregularidades com o dinheiro público na atual administração. A liberação de um programa de recuperação fiscal de R$ 1,4 bilhão para as empresas em dívida com o Estado, segundo o parlamentar, "está eivado de maracutaias". – Não será fácil para o próximo governador equilibrar as contas públicas. O rombo no Estado do Rio aumenta dia após dia. O secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, comanda pessoalmente as negociatas nas quais as empresas compram precatórios com deságio de mais de 50% e depois usam para abater dívidas com desconto de mais 50%. É uma farra com o dinheiro público – aponta o futuro candidato. Garotinho refere-se à exclusão das multas e descontos nos juros sobre impostos em atraso concedidos pelo programa chamado de Refis Estadual, aliados a um programa de recompra de títulos públicos com valores menores do que os de face. O benefício, "que somente o secretário Fichtner pode autorizar", ainda segundo apurou o deputado, integra o programa no qual indenizações de parentes de vítimas de violência foram usadas para pagar débitos de empresas devedoras. O pagamento das dívidas com o Erário pode ser feito com depósito em dinheiro, ou por meio de precatórios – título emitido pela Justiça quando o Estado é condenado a pagar uma determinada quantia. A empresa que recebeu o maior desconto entre os processos liberados foi a rede francesa de supermercados Carrefour, com desconto total equivalente a mais de 40% na dívida acumulada até a data do pagamento. Imprensa calada Durante a conversa com os jornalistas e blogueiros, Garotinho lembrou que parte das denúncias contra Sergio Cabral são abafadas na imprensa conservadora do Estado do Rio, "mais especificamente, na Rede Globo", porque há um acordo tácito, "bancado com muita publicidade estatal", afirmou Garotinho, entre a emissora com sede no Jardim Botânico e o grupo político do governador Cabral para "manter a imprensa calada". Com a proximidade das eleições, porém, o futuro candidato faz um balanço positivo de sua atuação frente ao poderio midiático do grupo de comunicação. – Quando começou a campanha eleitoral de 1998, Cesar Maia também preferia disputar comigo o segundo turno e O Globo dizia que eu não tinha chances. Resultado: fui eleito governador. Em 2006, O Globo decretou a minha “morte política”. Faltou combinar com o povo. Em 2010 fui eleito o deputado federal mais votado da história do Rio de Janeiro com 700 mil votos. No início de 2013, a Rede Globo dizia que eu tinha uma rejeição altíssima e não tinha chances de me eleger governador. Resultado: no final do ano eu já liderava as pesquisas e minha rejeição caiu para 26%. Agora, novamente, a Rede Globo já admite que eu estarei no segundo turno, mas tenta vender a ideia de que serei derrotado facilmente. Mais uma vez repito: falta combinar com o povo – disse. A existência de um monopólio da mídia no Estado, segundo o parlamentar, promove uma distorção na democracia e custa caro aos contribuintes. – Não há, hoje em dia, a menor necessidade de se publicar quaisquer documentos de teor legal, como os balanços, comunicados e outras matérias legais, na mídia impressa. Trata-se de um imenso desperdício de dinheiro, sem contar os danos causados ao meio ambiente. Por isso, na gestão que realizarei após ser reconduzido, se Deus quiser, pela maioria dos eleitores, de volta ao governo do Estado, vou redefinir o orçamento de publicidade do Estado, de modo a promover a justiça plena e encerrar a farra promovida com recursos públicos para a Rede Globo – afirmou. A entrevista de Garotinho ao Barão de Itararé-RJ "é a primeira de uma série de encontros agendados com os candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro", adiantou Theófilo Rodrigues, coordenador da instituição. Além da presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Paula Máiran, participaram da coletiva os blogs O Cafezinho, Conexão Jornalismo, Blog do Lobo, Megacidadania e o jornal Correio do Brasil.
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo