Grécia cobra 'plano B' para acordo sobre imigrantes com a Turquia

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Publicado Quarta, 03 de Agosto de 2016 às 08:02, por: CdB

Diante das ameaças feitas pelas governo turco, ministro grego do Exterior afirma que UE necessita pensar logo numa alternativa. Turquia ameaçou europeus com rompimento de acordo sobre refugiados

Por Redação, com agências internacionais - de Atenas/Berlim:   O governo da Grécia defendeu nesta quarta-feira que a União Europeia (UE) tenha um plano alternativo para o caso de fracasso do acordo sobre refugiados com a Turquia. O ministro da Migração, Yiannis Mouzalas, afirmou ao jornal alemão Bild que o seu governo está "muito preocupado" com a possibilidade de fracasso do acerto entre Bruxelas e Ancara. "Precisamos sem falta de um plano B."
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O governo da Grécia defendeu nesta quarta-feira que a União Europeia (UE) tenha um plano alternativo para o caso de fracasso do acordo sobre refugiados com a Turquia
Ele argumentou que a UE precisa pensar em alternativas caso a Turquia resolva voltar a abrir suas fronteiras para os refugiados. A Grécia é o principal ponto de entrada na Europa dos refugiados que passam pela Turquia. O fluxo foi praticamente interrompido depois do acordo de 18 de março, que prevê a devolução, para a Turquia, dos refugiados que chegarem às ilhas gregas. Mouzalas também cobrou, dos demais países-membros, mais empenho no acolhimento de refugiados. "Os refugiados devem ser divididos de forma equânime entre todos os países da UE, e não apenas entre alguns." Principalmente países do Leste Europeu, como a República Tcheca, a Eslováquia, a Hungria e a Polônia, recusam-se a receber refugiados. No domingo, a Turquia ameaçou a União Europeia (UE) com o rompimento do acordo sobre refugiados se até outubro não for eliminada a exigência de visto para cidadãos turcos que desejarem viajar para países do bloco. O ministro turco do Exterior, Mevlüt Cavusoglu, disse ao diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung que, se não houver a liberação da exigência de visto, a Turquia se verá obrigada a "se afastar" do acordo acertado em 18 de março.

Alemanha

O Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) divulgou na terça-feira que 42.300 menores desacompanhados chegaram à Alemanha como refugiados em 2015. O número é o maior registrado pelo órgão desde que iniciou a série histórica, em 1995. A quantidade de menores que ingressou no país no ano passado foi 263% maior que em 2014, o que equivale a 370 mil refugiados. De acordo com o Destatis, 91% das crianças e adolescentes desacompanhados são do sexo masculino. Apenas 3.600 eram meninas. Apenas 53% do total entraram com pedido de asilo. O motivo seriam gargalos enfrentados pelas autoridades alemãs. A Associação Federal para Refugiados Menores Desacompanhados (BumF) afirma, no entanto, que o número de menores refugiados que ingressaram no país deve ser menor, já que muitos são registrados múltiplas vezes. O BumF também ressalta que o número de registros tem caído desde novembro. Dos 14.429 menores que pediram asilo na Alemanha no ano passado, 71,3% têm entre 16 e 17 anos, enquanto 28,7% têm menos do que 16 anos. Boa parte deles sofre de estresse pós-traumático. Segundo dados do governo federal, em 2015, 5.835 refugiados menores de idade desapareceram na Alemanha, a maioria do Afeganistão, Síria, Eritreia, Marrocos e Argélia. No final de março, vários deputados alemães assinaram um documento salientando que refugiados menores de idade desaparecidos seriam potenciais alvos de gangue paneuropeias, sendo abusados sexualmente e forçados à escravidão e ao tráfico de drogas.
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