Grupo de nigerianos faz apresentação folclórica para Bush

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Publicado Sábado, 12 de Julho de 2003 às 17:44, por: CdB

Apesar das medidas de segurança durante a visita de George W. Bush, alguns nigerianos conseguiram neste sábado homenagear o presidente com apresentações típicas da tradição hospitaleira africana.

Vários grupos folclóricos homenagearam o presidente americano, a primeira-dama Laura e sua filha Bárbara, com espetáculos de música e dança retratando a riqueza e a diversidade cultural desse gigante país de 130 milhões habitantes.

Com os corpos nus e pintados com as cores da bandeira nigeriana, quatro jovens, na entrada do hotel onde ficou hospedada a delegação americana, deram as boas-vindas ao "líder número um do mundo", segundo a mensagem escrita na parte branca da bandeira, que também incluía duas faixas verdes.

No aeroporto internacional Nnamde Azikiwe, antes de subir no Air Force 1 para regressar a Washington, a família Bush pode desfrutar do talento de outros artistas, que chamaram a atenção pelo uso de adornos típicos da etnia Yoruba.

Eles improvisaram canções em homenagem ao presidente americano e seu colega nigeriano, Olusegun Obasanjo, e louvaram a amizade entre os dois países.
 
Antes de passar pela capital administrativa da Nigéria, em uma visita de menos de 20 horas, Bush percorreu cinco países da África subsaariana, começando por Senegal, na última terça-feira, passando pela África do Sul, por Botsuana e Uganda.

No entanto, somente em Botsuana a recepção de Bush foi comparável à que recebeu na Nigéria, uma vez que no Senegal e na África do Sul o presidente americano foi recebido por vários protestos.

Apesar das celebrações na Nigéria, os nigerianos, em geral, mostraram certa indiferença ante a visita de Bush, o que o analista político Ade Obiseson considerou ser conseqüência de uma preparação midiática insuficiente por parte das autoridades locais.

Em comparação à visita efetuada em 2000 pelo então presidente Bill Clinton, a viagem de Bush não teve uma campanha publicitária suficiente, de acordo com Obiseson, que também ressaltou a diferença nos contextos em que ocorreram as duas visitas.

Segundo Obiseson, a guerra no Iraque despertou a hostilidade da comunidade muçulmana, quase metade da população, e concentrada principalmente no norte, onde foi realizada, na sexta-feira, na cidade de Kano, uma manifestação de protesto contra a chegada de Bush.

Também no Senegal, onde 90 por cento da população é muçulmana, a fria recepção de Bush nas ruas contrastou com o entusiasmo com que Clinton foi recebido em 1998. A opinião do analista, no entanto, contrasta com a de muitos outros nigerianos, que afirmam estar convencidos de que a visita de Bush abre uma nova página nas relações com os Estados Unidos.

É o caso, por exemplo, de um jovem empresário que participou da Cúpula de Leon Sullivan, que leva o nome de um falecido empresário afro-americano, em cuja sessão inaugural desta sexta, em Abuja, Bush fez um discurso, o último ato público de sua viagem.

O jovem empresário, que pediu o anonimato, afirmou estar confiante na sinceridade de Bush, que prometeu, em seu discurso, se empenhar em ajudar a África a combater a Aids e o terrorismo, e também a impulsionar a estabilidade, o desenvolvimento e a democracia no continente.

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