Há muitos técnicos estrangeiros treinando times ingleses, diz Giggs

Arquivado em:
Publicado Quarta, 22 de Fevereiro de 2017 às 12:53, por: CdB

Sete dos 20 clubes da primeira divisão inglesa têm técnicos britânicos, mas os sete primeiros clubes na tabela são treinados por estrangeiros

Por Redação, com Reuters - de Londres:

Há muitos técnicos estrangeiros no Campeonato Inglês e pouca oportunidade para talentos locais, de acordo com o ex-ponta e atual auxiliar técnico do Manchester United Ryan Giggs.

Giggs, que foi técnico interino por quatro jogos no United em 2014, foi considerado para um possível retorno como técnico no Swansea City antes da nomeação do norte-americano Bob Bradley em outubro e foi especulado novamente antes do inglês Paul Clement assumir em janeiro.

jogador-1.jpg
Ex-jogador e atual auxiliar técnico do Manchester United, Ryan Giggs

– Não acho que há muitos (técnicos britânicos) no momento – disse Giggs à BBC.

– Acho que é (importante que técnicos britânicos recebam uma chance). Há muita qualidade de ponta entre técnicos estrangeiros no Campeonato Inglês. Mas também há muitos técnicos britânicos de qualidade por aí.

Sete dos 20 clubes da primeira divisão inglesa têm técnicos britânicos, mas os sete primeiros clubes na tabela são treinados por estrangeiros, com o galês Tony Pulis, do West Bromwich Albion, à frente do time melhor colocado sob comando de um britânico.

– Se você não recebe a chance, você não tem a chance de provar o que você pode fazer e ver o que pode fazer com um time talentoso – disse Giggs.

– Como digo, há muitos técnicos estrangeiros de qualidade também. Eu penso que, em contraste, há muitos estrangeiros no momento e técnicos britânicos provavelmente não recebem as chances.

Follmann

Quase três meses depois de sobreviver ao acidente com o avião da Chapecoense, o goleiro Jackson Follmann vibra ao conseguir fazer tarefas simples do cotidiano, já caminha com a ajuda de uma prótese e garante que nunca deixará o esporte.

Um dos seis sobreviventes da tragédia na Colômbia, Follmann foi o que mais se feriu. Teve lesão cervical, perdeu parte da perna direita, sofreu uma contusão grave na perna esquerda, além de 11 fraturas pelo corpo. Após a colocação de uma prótese, ele está voltando a caminhar e já consegue andar sem muletas.

– Hoje eu fico feliz pela resposta que meu corpo está me dando. Sinto bastante dor no pé esquerdo e no pescoço, pelas contraturas que tenho. Perdi muita massa muscular, 11 quilos, e agora é um processo de reabilitação – disse Follmann em entrevista à Reuters nesta terça-feira, em São Paulo, onda faz a revisão da prótese.

– Os primeiros dias foram difíceis porque não era acostumado com isso, meu corpo estranhou um pouco, mas me adaptei rápido. Agora estou caminhando bem, a prótese está bem confortável.

Fisioterapia

Com 24 anos, Follmann continua morando em Chapecó, onde faz fisioterapia em dois períodos no clube em que jogava. Ele contou que a recuperação está focada no pé esquerdo, que ainda tem "lesões graves".

– Estou muito feliz, está correndo tudo bem... A gente está numa boa evolução, mas respeitando o corpo – afirmou ele.

– Meu sonho depois do acidente era voltar a caminhar, sair com a minha noiva, com meus pais, tomar um chimarrão. Poder escovar os dentes sozinho, tomar banho sozinho, essas coisas simples que a maioria das vezes a gente não dá valor – completou.

Follmann era o goleiro reserva da Chapecoense e viajava para Medellín para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, no final de novembro, quando o avião operado pela companhia boliviana LaMia caiu. Morreram no acidente 71 pessoas. Investigações apontam para a falta de combustível como causa da tragédia.

– Tenho uma lembrança ruim de quando eu acordei depois do acidente. Estava muito escuro, chovia, eu estava com muito frio. Minha perna estava amortecida. É uma lembrança muito triste, mas eu quero sempre levar comigo as lembranças boas que tive com meus irmãos que partiram – disse o goleiro.

Os outros dois jogadores que sobreviveram, Neto e Alan Ruschel, se recuperaram bem e "estão correndo, já estão fazendo academia", de acordo com Follmann.

Saudade

O time da Chapecoense foi completamente refeito para a temporada e tem sido acompanhado de perto por Follmann, que costuma assistir aos jogos. Ele, no entanto, admite que a emoção é grande quando ele vê o gramado.

– Tudo o que eu sabia fazer era jogar futebol. Quando vejo jogos dá uma saudade muito grande, mas tudo tem um por quê – disse.

Concentrado na recuperação, Follmann ainda não sabe o que fará no futuro. A única certeza é que será dentro do esporte.

Recuperação

– Ainda é cedo para pensar o que vou fazer, porque sou uma pessoa que foca bastante na recuperação. Pretendo me recuperar bem. Mas claro que o esporte eu não vou largar nunca. Sou um atleta, não me vejo como ex-atleta e sim como atleta, vou estar sempre praticando esporte, vou ver as modalidades que se encaixam melhor para mim – afirmou.

– Meu sonho é poder continuar tocando a vida, ter minha família, filhos. Deus me deu essa segunda chance de viver.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo