Hacker rouba dados de milhões de clientes de banco dos EUA

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Publicado Terça, 30 de Julho de 2019 às 09:39, por: CdB

Especialista em TI é presa após divulgar crime na Internet. Vazamento expôs dados de mais de 100 milhões de clientes do Capital One, um dos maiores bancos do país.

Por Redação, com DW  e Reuters -  de Nova York

O banco americano Capital One reconheceu na segunda-feira  ter sido vítima do roubo de dados de mais de 100 milhões de clientes. No mesmo dia, o Departamento de Justiça dos EUA comunicou que o FBI prendeu a suspeita de cometer o crime.
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Capital One é o sétimo maior banco privado dos EUA
A suposta hacker, Paige A. Thompson, é uma especialista em TI de 33 anos e foi presa em Seattle, no estado de Washington. Ela pode ser condenada a até cinco anos de prisão. De acordo com o FBI, foi a própria Thompson que divulgou o roubo através da plataforma de desenvolvimento colaborativo GitHub, de propriedade da Microsoft. O Capital One afirmou acreditar ser improvável que a informação vazada tenha sido usada para fraudes, mas que continuará a investigar. Um usuário do GitHub alertou a Capital One do vazamento, e o banco comunicou o caso ao FBI no último dia 19. O banco Capital One é a 10ª maior instituição financeira dos EUA e o sétimo maior banco privado do país, com ativos de US$ 373,6 bilhões. – Ainda que seja grato que o autor tenha sido preso, lamento profundamente o que aconteceu – disse em nota o CEO do Capital One, Richard D. Fairbank. "Eu sinceramente peço desculpas pela compreensível preocupação que este incidente deve estar causando aos afetados e eu me comprometo a consertá-lo."

Dados

De acordo com o banco, com sede em McLean, noEstado da Virgínia, Thompson acessou os dados de cerca de 100 milhões de pessoas nos Estados Unidos e outras 6 milhões no Canadá que adquiriram produtos associados a cartão de crédito ou solicitaram cartão bancário do Capital One entre 2005 e 2019. Na grande maioria dos casos, foram afetados dados pessoais, como nomes, endereços, números de telefone, datas de nascimento ou renda, além de histórico de crédito. Mas Thompson também obteve os números da Previdência Social de 140 mil pessoas nos EUA e 1 milhão no Canadá. Também teve acesso a números de conta bancária de 80 mil pessoas, conforme reconhecido pela entidade. No comunicado, a Capital One estima o prejuízo entre 100 milhões e US$ 150 milhões, a serem gastos com advogados, segurança cibernética e serviços bancários aos afetados.

Moeda digital

O projeto de moeda digital libra, do Facebook, pode não ir adiante se questionamentos de parlamentares norte-americanos ganharem força, e isso não necessariamente será ruim para o preço do bitcoin, avalia o analista-chefe da XDEX, plataforma de compra e venda de criptomoedas, Fernando Ulrich. Ele argumenta que há no Congresso norte-americano uma sensação de negócios não acabados com a gigante de tecnologia, após os eventos relacionados ao escândalo de vazamento de dados da empresa de mídia social para a Cambridge Analytica, por exemplo. – Se elevar demais o tom ou isso se tornar uma briga maior, (a libra) pode nem sair do papel – disse Ulrich à agência inglesa de notícias Reuters. A XDEX tem como sócios o Grupo XP e General Atlantic. Em junho, o Facebook anunciou que se uniu a 28 parceiros para formar uma entidade sediada em Genebra chamada Libra Association, que administrará sua nova moeda digital a ser lançada no primeiro semestre de 2020. Mas desde então tem sofrido questionamentos de órgãos reguladores, parlamentares e governos. Os congressistas norte-americanos não querem que o projeto colete as informações e armazene os dados dos usuários, incluindo hábitos de pagamentos, e desejam que ele seja o mais descentralizado e mais privado possível, mas querem poder monitorar movimentações para evitar fraudes, como lavagem de dinheiro, disse o analista. Para Ulrich, o fato da libra ser um projeto relativamente centralizado impossibilita comparações com o bitcoin e outras criptomoedas e um eventual fracasso do projeto do Facebook deveria beneficiá-las. – O bitcoin não pode ser encerrado pelas autoridades por decreto ou vontade política. Isso é impossível, é como querer acabar com a lei da gravidade...Acho que reforça cada vez mais (a tese do bitcoin). O bitcoin, por ironia do destino, pode acabar sendo ainda o grande beneficiado dessa história toda. – O Facebook utilizou bastante a palavra inclusão financeira, desbancarização no mundo. Mas na prática eu não sei como ele vai conseguir fazer para atender todas as exigências de regulação, medidas contra lavagem de dinheiro, entre outras, acho que vai ficar mais no campo dos sonhos do que na realidade da inclusão financeira. Desde o anúncio do projeto da libra, o bitcoin acumula valorização ao redor de apenas 1%, a US$ 9.436,97, na máxima intradia, contudo, chegou a US$ 12.920,54. No Brasil, Ulrich afirmou que apesar de o mercado de criptomoedas ser “na melhor das hipóteses 1 por cento do mercado mundial ele tem acompanhado o ritmo de expansão global. “Para mim, a tendência é sim de crescimento, mas um crescimento que não será linear..haverá percalços, solavancos no caminho”, afirmou. Segundo a coinmarketcap.com, o valor de mercado de todas as criptomoedas em circulação no mundo atinge cerca de US$ 260 bilhões.
De acordo com ele, o principal uso das criptomoedas no país hoje é para investimentos, seja de longo prazo, seja especulativo, com aplicadores de perfis bastante variados. – É um ativo que tem potencial, mas é um ativo ainda muito novo, de um perfil de volatilidade que é bem acima dos ativos nacionais – ressaltou, destacando a necessidade de trazer mais educação financeira para as pessoas saberem em que tipo de ativo estão investindo.
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