Hannibal Canibal volta com mais fome do que nunca

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Publicado Terça, 29 de Outubro de 2002 às 16:05, por: CdB

Hannibal Lecter está com fome. O canibal mais famoso do cinema volta às telas em Dragão Vermelho, que estréia na sexta-feira em nossas salas. Novamente ele tem os traços de sir Anthony Hopkins, o ator shakespeariano que ganhou o estrelato vivendo um assassino desalmado, cool e que cultiva a arte de aplicar a grande culinária ao preparo de carne humana, em cortes selecionados. Dragão Vermelho conta a primeira história da saga do personagem criado pelo escritor Thomas Harris, mas sem esclarecer grande coisa sobre as origens do serial killer gourmet. Em linhas gerais é apenas a história de O Silêncio dos Inocentes contada outra vez: há um assassino brutal assombrando um lugar e um policial recorre ao princípio de combater fogo com fogo, ou seja, pedindo consultoria pra lá de ténica para Hannibal, que está preso como se fosse uma fera. O policial é Edward Norton, não Jodie Foster, o que faz toda a diferença. É curioso que em Dragão Vermelho Anthony Hopkins aparece relativamente pouco. No prólogo, ele oferece um jantar para os patronos de uma orquestra, suave e malévolo, dizendo a uma convidada que pergunta o que é aquele prato tão saboroso: "Se souber o que é provavelmente não comerá mais". O agente do FBI Will Graham descobre de que animal provém a carne da refeição e, após uma discussão, os dois quase se matam a facadas e tiros. O filme, dirigido pelo improvável Brett Ratner (seus sucessos anteriores são os dois A Hora do Rush), é o quarto em que Hannibal Lecter faz as honras da casa. Se bem que o primeiro, também com o título de Dragão Vermelho, é de 1986 e foi dirigido por Michael Mann (o mesmo do recente Ali). E sem Anthony Hopkins, pois o dr. Lecktor (sabe-se lá por que o nome dele era assim no filme) era interpretado por Brian Cox, aparecia pouco e só se destacava por ser um assassino implacável (sem nada de canibal etc.). A cena mais impressionante era a do vilão Francis Dolarhyde (Tom Noonan) aconchegado à namorada cega Reba (Joan Allen), que silenciosamente vê um vídeo das suas futuras vítimas. O agente do FBI era interpretado por William Petersen, um ótimo ator, bem mais eficaz que o Edward Norton da versão atual. Hopkins como Hannibal foi uma das grandes virtudes de O Silêncio dos Inocentes, o filme de 1991, dirigido por Jonathan Demme. Nele, a agente do FBI Clarice Starling (Jodie Foster) vai pedir ajuda ao canibal para pegar um criminoso, mas, desta vez, ele consegue escapar da cadeia. O sucesso do filme foi de cerca de 40 vezes a bilheteria do anterior, US$ 130 milhões. Hannibal, de 2001, dirigido por Ridley Scott, repetiu Hopkins como o serial killer. A ação vai para Florença, enquanto Clarice (agora interpretada por Julianne Moore, que deixa a personagem sem seu eficaz lado vulnerável) está numa crise de carreira. De volta aos Estados Unidos, Mason Verger, uma das antigas vítimas do dr. Lecter, busca vingança. Além de Hannibal/Hopkins, o filme é lembrado pela seqüência em que o canibal corta parte do cérebro de um agente do FBI (Ray Liotta), que está drogado, mas consciente. O agente é forçado a compartilhar da "refeição". Dragão Vermelho ofereceu algumas novas pitadas de emoção ao público, como a história da captura de Hannibal e até uma referência a Clarice Starling. Numa sessão especial de pré-lançamento no Ziegfeld Theater, em Nova York, Anthony Hopkins e amigos foram assistir o filme e, no final, ao saírem - embora fossem poucos passos da saída dos fundos do cinema até a limusine que o esperava -, o público cercou Hopkins. "Foi uma cena terrível" , disse Ted Tally, roteirista do filme, ao jornal USA Today. Tally estava no grupo e lembra: "Foi como se fossem os Beatles ou algo parecido. As pessoas se juntaram em torno dele, tentando tocá-lo, gritando, dando vivas, aplaudindo, tentando conseguir autógrafos. Era como se fosse um astro do rock. E pensei: esse cara é um serial killer canibal... o que estão fazendo?" Aos 64 anos, Hopkins deve seu sucesso a Lecter, o vilão suave que venceu Dr

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