Homem é acusado de terrorismo e incitação ao separatismo em Hong Kong

Arquivado em:
Publicado Sexta, 03 de Julho de 2020 às 08:54, por: CdB

Um homem que portou um cartaz dizendo “Libertem Hong Kong, revolução de nosso tempo” ao avançar de moto contra a polícia durante um protesto nesta semana se tornou a primeira pessoa na cidade a ser acusada de terrorismo e incitação ao separatismo nos termos de uma nova lei de segurança.

Por Redação, com Reuters - de Hong Kong Um homem que portou um cartaz dizendo “Libertem Hong Kong, revolução de nosso tempo” ao avançar de moto contra a polícia durante um protesto nesta semana se tornou a primeira pessoa na cidade a ser acusada de terrorismo e incitação ao separatismo nos termos de uma nova lei de segurança.
hongkong-1.jpg
Manifestantes mostram cartazes em branco após slogan ser proibido em Hong Kong
Pequim impôs a lei de segurança nacional a Hong Kong na noite de terça-feira depois de semanas de incerteza, colocando uma das cidades mais livres da China e um dos pólos financeiros mais sofisticados do mundo em um caminho mais autoritário. A lei pune os crimes de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras até com prisão perpétua, mas críticos dizem que ela almeja acabar com a dissidência e encerrar uma campanha de longa data por mais democracia na cidade. A polícia disse que o homem de 23 anos atingiu vários agentes no protesto sem autorização de quarta-feira, ferindo alguns. Inicialmente ele foi preso por condução perigosa, disse a mídia. Um vídeo circulando na internet mostrou o motociclista atropelando vários policiais em uma rua estreita antes de cair e ser preso.

A acusação

A acusação contra ele, como vista em um documento judicial nesta sexta-feira, chega menos de 24 horas depois de o governo da cidade dizer que, conforme a nova lei, o slogan de protesto “Libertem Hong Kong, revolução de nosso tempo” conota separatismo ou subversão. O grito de batalha aparece em cartazes na maioria das manifestações, impresso em camisetas e acessórios e escrito em notas adesivas coladas em muros de toda a cidade controlada pela China. O veredicto do governo sobre o slogan aumentará o temor de supressão das liberdades do pólo financeiro global. O Parlamento chinês adotou a lei de segurança em reação a protestos do ano passado desencadeados pelo temor de que Pequim esteja sufocando as liberdades de Hong Kong, garantidas pela fórmula “um país, dois sistemas” acertada quando o território voltou ao controle da China. Pequim nega a acusação. Autoridades de Pequim e de Hong Kong vêm repetindo que a legislação visa alguns “arruaceiros” e que não afetará os direitos e as liberdades que sustentam o papel de pólo financeiro do território.

Estados Unidos

Mas Estados Unidos, Reino Unido e outros denunciaram a nova legislação, e a Organização das Nações Unidas (ONU) disse temer que ela restrinja o espaço da sociedade civil e leve ao indiciamento de ativistas. No que certamente será visto como outro sinal de deterioração para as liberdades de Hong Kong, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua disse que um membro do Partido Comunista que se destacou durante uma repressão a manifestantes em um vilarejo do sul chinês em 2011 comandará um escritório de segurança nacional em Hong Kong a ser criado de acordo com a nova lei.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo