Hong Kong: novos protestos terminam em violência

Arquivado em:
Publicado Domingo, 25 de Agosto de 2019 às 11:39, por: CdB

Os manifestantes, muitos com máscaras e vestindo preto, jogaram bombas incendiárias contra os policiais.

Por Redação, com Reuters - de Hong Kong A polícia usou neste domingo canhões de água e gás lacrimogêneo contra manifestantes antigoverno em Hong Kong, no segundo dia seguido de protestos violentos na cidade controlada pela China. Os manifestantes, muitos com máscaras e vestindo preto, jogaram bombas incendiárias contra os policiais. Foi a primeira vez, em anos de protestos contra o governo, que canhões de água foram usados.
hong-kong-protestos.jpg
Os manifestantes, muitos com máscaras e vestindo preto, jogaram bombas incendiárias contra os policiais
A operadora de trens MTR suspendeu alguns serviços para tentar impedir que as pessoas chegassem ao lugar dos protestos. Mas dezenas de milhares de manifestantes, que pediam democracia para a ex-colônia britânica, conseguiram chegar a um estádio esportivo no porto de Kwai Chung, de onde partiram em marcha. Entre as estratégias dos manifestantes, estavam a de quebrar pedaços do asfalto para usar como arma e a de espalhar detergente nas vias para que ficassem escorregadias para os policiais. Mas a imensa maioria dos presentes protestaram sob clima de paz. Os confrontos deste fim de semana marcaram o retorno da violência após dias de protestos pacíficos. Os atos tiveram início em junho, devido a um projeto de lei sobre extradição, agora suspenso. A polícia disse à imprensa local que um oficial deu um tiro para cima durante os protestos, mas não afirmou se foi com munição real. A cidade de Hong Kong, um grande centro financeiro da Ásia, enfrenta a sua maior crise política desde o fim do domínio britânico, em 1997. Manifestantes dizem que estão lutando contra a erosão do modelo “um país, dois sistemas”, pactuado na época e que previa a continuidade das liberdades que inexistem na China como um todo. M. Sung, um engenheiro de softwares de 53 anos e que vestia uma máscara preta, disse que esteve em quase todos os protestos e que continuará na ativa. - Sabemos que esta é a última chance de lutarmos pelo ‘um país, dois sistemas’. Do contrário, o Partido Comunista da China vai penetrar na nossa cidade-natal e controlar tudo - afirmou. - Se nos mantivermos fortes, podemos seguir com este movimento por justiça e democracia. Não morreremos - completou. A polícia disse que condena veementemente os manifestantes que estão “destruindo o espaço público” e prendeu 19 homens e 10 mulheres após os atos do sábado. Desde o início das manifestações, mais de 700 foram detidos. Os protestos são um grande desafio para os líderes do Partido Comunista, em Pequim. Eles desejam acabar com as manifestações antes do 70º aniversário da República Popular da China, no dia 1º de outubro. Pequim enviou um recado de possível uso de maior força ao deslocar forças paramilitares para as fronteiras da cidade. O território vizinho de Macau, uma ex-colônia portuguesa que retornou para o controle chinês em 1999, elegeu Ho Iat Seng como seu líder neste domingo, tendo sido ele o único candidato aprovado. Ele é alinhado à China.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo