Inflação reage, mas o atual quadro econômico determina queda de juros

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Publicado Segunda, 04 de Fevereiro de 2019 às 15:12, por: CdB

Apenas o Rio de Janeiro teve queda na taxa de inflação: -0,24 ponto percentual, ao passar de 0,73% em dezembro para 0,49% em janeiro. A média da inflação nacional, divulgada na última sexta-feira, subiu 0,28 ponto percentual, ao passar de 0,29% para 0,57%.

 
Por Redação - de São Paulo
  A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou em seis das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na passagem de dezembro de 2018 para janeiro deste ano. A maior alta foi observada em São Paulo: 0,71 ponto percentual, ao subir de 0,11% em dezembro para 0,82% em janeiro.
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A inflação tem subido, embora os índices macroeconômicos apontem para uma recessão prolongada
Também tiveram alta as cidades de Belo Horizonte (0,55 ponto percentual, ao passar de 0,25% para 0,8%), Recife (0,29 ponto percentual, ao passar de 0,19% para 0,48%), Salvador (0,25 ponto percentual, ao passar de 0,22% para 0,47%), Brasília (0,20 ponto percentual, ao passar de 0,09% para 0,29%) e Porto Alegre (0,11 ponto percentual, ao passar de 0,25% para 0,36%). Apenas o Rio de Janeiro teve queda na taxa de inflação: -0,24 ponto percentual, ao passar de 0,73% em dezembro para 0,49% em janeiro. A média da inflação nacional, divulgada na última sexta-feira, subiu 0,28 ponto percentual, ao passar de 0,29% para 0,57%.

Juros em queda

Já as instituições financeiras, consultadas pelo Banco Central (BC), em face da redução no ritmo da economia, não esperam mais por aumento na taxa básica de juros, a Selic, neste ano. A previsão para a taxa ao final de 2019 passou de 7% para 6,5% ao ano, atual patamar da Selic. Para 2020, no entanto, o mercado financeiro projeta aumento da Selic, com a taxa encerrando o período em 8% ao ano. Essas projeções estão no Boletim Focus, pesquisa semanal do BC feita a instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos. A primeira reunião deste ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por definir a Selic, começa nesta terça-feira.

Reunião

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia da reunião, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, definem a Selic. O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião. A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

Demanda

A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC. Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Entretanto, as taxas de juros do crédito não caem na mesma proporção da Selic. Segundo o BC, isso ocorre porque a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
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