Irã acusa estrangeiros de elevar 'insegurança' no Golfo

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Publicado Domingo, 22 de Setembro de 2019 às 08:41, por: CdB

Presidente iraniano Hassan Rohani criticou presença de tropas no Golfo Pérsico depois que EUA enviaram mais soldados para Oriente Médio. Tensão na região é um dos principais temas na agenda da Assembleia Geral da ONU.

Por Redação, com DW - de Cabul

O presidente iraniano Hassan Rohani reivindicou, neste domingo, a liderança da segurança regional na estratégica região do Golfo Pérsico e denunciou a presença de tropas estrangeiras na área. "Forças estrangeiras podem causar problemas e insegurança ao nosso povo e à nossa região", disse ele em discurso televisionado, por ocasião de uma parada militar anual.
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Presidente Hassan Rohani discursa em parada militar anual
Sua declaração vem depois que os Estados Unidos ordenaram o envio de tropas adicionais para o Oriente Médio em meio a tensões crescentes após uma série de ataques à infraestrutura energética da região rica em petróleo. A Arábia Saudita e os Estados Unidos acusaram o Irã de estar por trás dos ataques a refinarias sauditas, em 14 de setembro, no maior atentado de todos os tempos às instalações petrolíferas no principal exportador de petróleo do mundo. O Irã negou envolvimento no ataque, que foi reivindicado pelo movimento houthi iemenita, um grupo apoiado pelo Irã e que atualmente luta contra uma aliança liderada pela Arábia Saudita na guerra civil do Iêmen. A Arábia Saudita chamou os ataques às instalações de Abqaiq e Khurais como um teste da vontade global de preservar a ordem internacional e afirmou que vai tentar formar uma frente unida na Assembleia Geral das Nações Unidas, cujos debates serão abertos com discurso do presidente Jair Bolsonaro, na próxima terça-feira. – Não somos alguém que viola as fronteiras dos outros, assim como não permitiremos que ninguém viole nossas fronteiras –  disse Rohani. Os comentários do presidente iraniano vêm um dia depois que o chefe da poderosa Guarda Revolucionária do Irã, o general Hossein Salami, ameaçou "destruir qualquer agressor" contra o Irã. Rouhani também disse que vai apresentar um plano de paz às Nações Unidas nos próximos dias. "Neste momento histórico sensível e importante, anunciamos aos nossos vizinhos que lhe estendemos a mão da amizade e da fraternidade", afirmou. O líder iraniano deve viajar para Nova York na segunda-feira, um dia antes do início da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Irã na ONU

As ameaças no Golfo Pérsico estão entre os maiores desafios que a Organização das Nações Unidas terá de discutir com os 193 Estados-membros esta semana. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na semana passada que se está assistindo a uma escalada de tensões muito perigosa no Golfo Pérsico, tendo o Irã e Arábia Saudita como principais potências da região. Os ataques a refinarias de petróleo da Arábia Saudita, em meados de setembro, deverão ser abordados por vários Estados-membros da ONU, principalmente os que têm interesses econômicos naquele país ou que são também países produtores de petróleo. A ONU anunciou a viagem de uma equipe de peritos à Arábia Saudita para conduzir um inquérito internacional sobre os ataques contra as instalações petrolíferas do país. O Irã está no foco dos debates sobre a paz e segurança no mundo devido à política nuclear e por ter sido acusado pelos Estados Unidos da América como os responsáveis pelos ataques na Arábia Saudita. O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na sexta-feira novas sanções contra o sistema bancário iraniano, assegurando tratar-se das "mais severas jamais impostas a um país". EUA e Irã estão num momento de maior pressão e trocas de ameaças de retaliação, que levam vários países do mundo, como a França, a tentarem intermediar conversações pacíficas entre os presidentes Donald Trump e Hassan Rohani Com o mundo de olhos no combate às mudanças climáticas e, principalmente, sobre a região amazônica e a luta pelos direitos humanos dos povos indígenas, o presidente Jair Bolsonaro prometeu levar a Amazônia na agenda, sendo o primeiro a abrir o debate geral na terça-feira, como tradição, antes do presidente dos Estados Unidos.
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