Irlanda diz que abordagem de Johnson sobre Brexit é pouco colaborativa

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Publicado Sexta, 26 de Julho de 2019 às 08:11, por: CdB

Johnson disse ao Parlamento  que não quer impedir o chamado “backstop”, elaborado para manter o livre controle de fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

Por Redação, com Reuters - de Londres

O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, disse que a abordagem do novo premiê britânico, Boris Johnson, sobre negociações acerca do Brexit é pouco colaborativa e não levará a um acordo.
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Ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, em Londres
Johnson disse ao Parlamento na quinta-feira que não quer impedir o chamado “backstop”, elaborado para manter o livre controle de fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, Estado membro da União Europeia, caso a tentativa de um acordo no Brexit não se concretize. – As declarações do primeiro-ministro britânico na Câmara dos Comuns foram pouco colaborativas a esse processo – afirmou Coveney a repórteres nesta sexta-feira após se reunir com o novo secretário de Estado para a Irlanda do Norte em Belfast. – Ele parece ter feito uma decisão deliberada para direcionar o Reino Unido por uma rota de colisão com a União Europeia e a Irlanda no que diz respeito às negociações do Brexit, e eu acredito que apenas ele pode responder ao porquê de estar fazendo isso – acrescentou.

Navios britânicos

O Reino Unido está enviando um navio de guerra para escoltar todas as embarcações de bandeira britânica pelo Estreito de Ormuz, uma mudança de diretriz anunciada na quinta-feira depois de o governo chegar a dizer que não tinha recursos para realizar as escoltas. As tensões entre o Irã e o Reino Unido aumentaram desde a sexta-feira passada, quando comandos iranianos apreenderam um navio-tanque de bandeira britânica na rota marítima mais importante do mundo para as cargas de petróleo. O fato ocorreu uma quinzena depois de forças britânicas confiscarem um navio-petroleiro iraniano, acusado de violar sanções à Síria, perto de Gibraltar. O HMS Montrose, fragata britânica atualmente na área, realizou a primeira missão em cumprimento da nova diretriz na noite de quarta-feira. “A Marinha Real foi encarregada de acompanhar navios de bandeira britânica pelo Estreito de Ormuz, seja individualmente ou em grupos, caso receba notificação prévia suficiente de sua passagem”, disse um porta-voz do governo.
“A liberdade de navegação é crucial para o sistema comercial global e a economia mundial, e faremos tudo que pudermos para defendê-la”, acrescentou em um comunicado.

O governo

O governo do Reino Unido havia alertado previamente as embarcações de bandeira britânica a evitarem o Estreito de Ormuz quando possível e a notificarem a Marinha se precisassem cruzá-lo, mas havia dito que não conseguiria escoltar todos os navios. O Reino Unido vem tentando montar uma missão marítima de proteção liderada por europeus para garantir a travessia segura do Estreito de Ormuz desde a apreensão iraniana do navio-tanque, o que Londres disse ter sido um ato de “pirataria estatal”. A mudança de diretriz não foi resultado de uma alteração feita pelo novo primeiro-ministro, Boris Johnson, já que o governo vinha trabalhando no plano há alguns dias, segundo uma autoridade que pediu para não ser identificada. A Câmara de Comércio britânica, que havia pedido mais proteção para embarcações comerciais na área, saudou a mudança. – Esta medida proporcionará uma segurança e uma garantia muito necessárias para nossa comunidade marítima neste momento incerto – disse seu executivo-chefe, Bob Sanguinetti. “Entretanto, continuaremos a pressionar por um apaziguamento das tensões na região”. Em qualquer dia, entre 15 e 30 grandes navios de bandeira britânica viajam pelo Golfo Pérsico, e até três passam pelo Estreito de Ormuz, entre Irã e Omã, onde um par de rotas comerciais de cerca de 3 quilômetros de largura oferecem as únicas rotas de entrada e saída do Golfo.
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