Publicado Quarta, 31 de Julho de 2019 às 10:42, por: CdB
A maioria dos assentamentos se concentra na Área C da Cisjordânia, que pelos acordos de paz temporários de Oslo de 1993 são totalmente controlados por Israel.
Por Redação, com Reuters - de Jerusalém
Israel construirá 6 mil casas novas para colonos judeus na Cisjordânia ocupada, medida que líderes palestinos repudiaram por demonstrar a “mentalidade colonial” israelense, mas também adotou a decisão rara de aprovar autorizações para 700 casas para palestinos.
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
Washington saudou o anúncio desta quarta-feira, feito antes de uma visita do genro do presidente Donald Trump e seu enviado ao Oriente Médio, Jared Kushner, para explorar as perspectivas para seu próprio plano de paz israelo-palestino. Os detalhes do plano, no entanto, permanecem vagos.
A liderança palestina tem rejeitado a diplomacia norte-americana, dizendo que o governo Trump se inclina a favor de Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, um conservador que está cortejando o apoio judeu ultranacionalista antes de uma eleição em 17 de setembro, insinuou que Israel poderia anexar seus assentamentos na Cisjordânia, um desafio às potências mundiais que consideram os enclaves ilegais.
A maioria dos assentamentos se concentra na Área C da Cisjordânia, que pelos acordos de paz temporários de Oslo de 1993 são totalmente controlados por Israel.
Os palestinos
Os palestinos querem o fim da ocupação israelense sobre o território, capturado na Guerra dos Seis Dias de 1967, para criar seu próprio Estado na Cisjordânia, em Gaza e em Jerusalém Oriental.
Autoridades de Israel disseram nesta quarta-feira que o gabinete de Netanyahu aprovou autorizações para 6 mil casas novas para colonos e 700 novas habitações para palestinos na Área C, o que descreveram como uma tentativa de conter as construções irregulares.
Segundo Israel, cerca de 450 mil colonos e entre 250 mil e 290 mil palestinos moram na Área C. Um total de cerca de 3 milhões de palestinos moram em toda a Cisjordânia.
Dizendo rejeitar qualquer construção israelense ou controles sobre construções palestinas na Cisjordânia, a liderança palestina rejeitou o anúncio sobre as novas casas.
O Ministério das Relações Exteriores em Ramallah o classificou como “prova da mentalidade colonial obscura dos governantes de Israel, e que ignora todas as resoluções das Nações Unidas, a lei internacional e os acordos assinados”.
Mas o embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, disse que as autorizações para os palestinos são as primeiras há algum tempo.
– Gastamos muito tempo conversando com os israelenses sobre melhorar as condições na Cisjordânia e em Gaza – disse ele à CNN.