Israel recomeça sua campanha anti-Arafat

Israel retomou neste sábado sua campanha contra o líder palestino Yasser Arafat, convocando os europeus a boicotá-lo e ameaçando tomar mais medidas contra ele, advertência que foi rejeitada energicamente pela direção palestina.

Em uma entrevista neste sábado, o jornal britânico Daily Telegraph, antes de sua visita à Grã-Bretanha, o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon pressionou publicamente os europeus a boicotar Arafat com o objetivo de não debilitar a posição do primeiro-ministro palestino Mahmud Abbas.

- É um grave erro manter o contato com Arafat, porque debilita a posição do governo de Mahmud Abbas - destacou Sharon ao jornal britânico.

Por outro lado, uma importante autoridade israelense, que pediu para não ser identificada, advertiu que Israel pode tomar mais medidas contra Arafat, bloqueado em seu quartel-general de Ramallah há mais de uma ano, se este continuar minando os esforços para resolver pacificamente o conflito israelense-palestino.

- Estamos analisando mudar de atitude em relação a Arafat se continuar minando os esforços para uma solução pacífica - declarou à AFP esta autoridade.

A fonte não quis informar no que consistiria esta mudança de atitude e se Israel cogita a possibilidade de expulsar o líder histórico palestino, avaliando que uma expulsão poderia não surtir o efeito desejado. A autoridade disse que se preocupa principalmente com o "controle que Arafat continua exercendo sobre os órgãos da segurança palestina, apesar de Israel tê-lo declarado "fora do jogo".