Itália desafia os EUA e soma esforços na nova Rota da Seda chinesa

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Publicado Domingo, 10 de Março de 2019 às 14:41, por: CdB

Xi fará uma visita ao país europeu entre os dias 21 e 24 de março, quando deve celebrar um acordo para regular as relações futuras com a terceira economia da zona do euro.

 
Por Redação, com Ansa - de Roma
  O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, confirmou que assinará um memorando de entendimento com o presidente da China, Xi Jinping, referente à "Nova Rota da Seda", megaprojeto de US$ 1 trilhão para aumentar a influência de Pequim no restante do mundo e que levanta preocupações nos Estados Unidos.
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A nova Roda da Seda tende a fortalecer o comércio entre Europa e Ásia
Xi fará uma visita ao país europeu entre os dias 21 e 24 de março, quando deve celebrar um acordo para regular as relações futuras com a terceira economia da zona do euro. A Itália pode se tornar a primeira potência europeia a aderir ao projeto.https://www.correiodobrasil.com.br/onda-conservadora-atinge-pais-poucos-sabem-que-acontece/ — É um projeto importante de conectividade e de infraestrutura que propõe uma grande disponibilidade da China a cultivar trocas comerciais. Com as ressalvas oportunas, acredito que possa ser uma oportunidade para nosso país. O encontro na Itália com o presidente chinês será a ocasião para subscrever o acordo-quadro. Não significa que estaremos vinculados no dia seguinte, mas poderemos entrar e dialogar — disse Conte na última sexta-feira.

Mercado

A ideia foi reforçada pelo ministro do Desenvolvimento Econômico e vice-premier Luigi Di Maio neste domingo. — Respeito as preocupações de nosso aliado, mas se olhamos para a Rota da Seda, não é para fazer acordos políticos com a China, é apenas para ajudar nossas empresas a levarem o 'made in Italy' a um mercado com demanda — disse. Batizado oficialmente como "Belt and Road Initiative" (BRI), ou, em tradução livre, "Iniciativa do Cinturão e Rota", o projeto propõe a criação de uma extensa rede de comunicações para impulsionar a conectividade internacional e fomentar a economia digital. Essa é a forma encontrada pela China de manter índices robustos de expansão do PIB e de aumentar seu "soft power" no mundo, atraindo países de todos os continentes para a BRI, assim como as antigas rotas comerciais que ligavam o Oriente à Europa.

Economia

O projeto também deve englobar investimentos pesados em infraestrutura em dezenas de países, sobretudo da África, da Ásia e da América Latina, que ainda carecem de portos, aeroportos, estradas e ferrovias. A Itália, no entanto, enfrenta pressões para não aderir à "Nova Rota da Seda". “A Itália é uma importante economia global e um grande destino de investimentos. Não há necessidade de o governo italiano legitimar um projeto de vaidade chinês para infraestrutura", escreveu no Twitter Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. O governo da Itália, por sua vez, busca maneiras de reaquecer a combalida economia do país, que já está em recessão técnica e arrisca percorrer o ano de 2019 com sinal negativo. As taxas de desemprego permanecem superiores a 10%, e a desaceleração da zona do euro em função da guerra comercial entre EUA e China contribui para agravar o cenário.
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