Jader pode renunciar nesta quarta-feira em Belém do Pará

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Publicado Segunda, 01 de Outubro de 2001 às 18:31, por: CdB

O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) não pretende vir a Brasília nesta semana e, segundo amigos que acompanham seu caso de perto, no conselho de ética do Senado, o desfecho será a renúncia em Belém, possivelmente nesta quarta-feira. "O que ele tinha para dizer em Brasília ele disse, na semana passada, com um discurso brilhante ao conselho", afirma um destes amigos, para quem o ato final de Jader no Congresso não deverá passar de uma carta dirigida à Mesa Diretora do Senado, renunciando ao mandato. Mais do que refugiar-se no Pará, Jader já está em campanha para governador do Estado. Por isto mesmo, quer aproveitar esta última semana de migrações partidárias para os candidatos às eleições de 2002, definindo o time que jogará com ele no ano que vem. Seus correligionários comemoram a "extinção" do PFL paraense, com a adesão de suas principais lideranças ao PMDB e ao PSDB. Depois de festejar as filiações do ex-governador Hélio Gueiros e do prefeito de Santarém (segunda maior cidade do Estado), Lira Maia, ambos pefelistas, Jader afirmou que, na prática, o mandato de todos acaba no fim do ano. A partir daí, raciocina, estarão todos voltados para a campanha eleitoral. Ele, especialmente. "Vou fazer de conta que este meu mandato é de seis anos, aliás vividos intensamente no Congresso", tem dito Jader em conversas reservadas. Ele insiste em que, assim como na vida, também na política o que importa não é o tempo que se vive, mas a forma como se vive. Em numa demonstração de que trabalha realmente para voltar ao governo do Pará, pela terceira vez, é que todo o horário gratuito de propaganda do PMDB no Estado foi consumido em sua própria defesa. Os 60 comerciais políticos que o PFL inseriu no horário nobre da programação do rádio e da televisão para consolidar a candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), foram usados por Jader para vender, ao eleitor paraense, a tese de que ele está sendo vítima de uma campanha armada para desmoralizar o único político que teve a coragem de enfrentar o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Todas as inserções de dois minutos cada foram transformadas em desmentidos das várias denúncias contra o senador, feitas a partir de 5 de abril, data em que a briga com ACM ganhou a tribuna do Senado. Por esta tese, insiste Jader, a cassação não passa de uma vingança pela derrota imposta ao adversário político que acabou perdendo o mandato não por ação do PMDB, mas pela violação do painel de votação do Senado.

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