Janot passa despercebido por Davos mas é alvo de polêmica no Brasil

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Publicado Quarta, 18 de Janeiro de 2017 às 13:17, por: CdB

Segundo Janot, as investigações não se traduzem em ataque ao capitalismo, mas na defesa da economia de mercado. Ele argumentou que tolerar a corrupção praticada por empresas leva, inexoravelmente, a um "capitalismo de compadrio”

 

Por Redação - de Davos, Suíça

 

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot falou a uma plateia minguada na estação de esqui de Davos, na Suíça. Convidado de última hora para uma palestra, durante o Fórum Econômico Mundial, nesta quarta-feira, disse que a “(Operação) Lava Jato é pró-mercado". Há controvérsia.

pgr-janot.jpgSegundo o procurador-geral, Rodrigo Janot, sem a haveria um capitalismo de compadrio
Lava Jato

Segundo Janot, as investigações não se traduzem em ataque ao capitalismo, mas na defesa da economia de mercado. Ele argumentou que tolerar a corrupção praticada por empresas leva, inexoravelmente, a um "capitalismo de compadrio”.

Em seu discurso, Janot rebate a tese de que a Lava Jato afasta investidores, temerosos de serem alcançados pelos braços da operação.

— É justamente o contrário. Atrai investidores porque gera segurança jurídica — afirmou.

‘Selfie’ com Janot

O discurso de Janot foi bem recebido pela plateia. Embora alguns empresários, entre eles Marcelo Odebrecht, incensado como "jovem líder global" na edição deste mesmo encontro, em 2014, tenham sido condenados por corrupção, aqueles que restaram nas confortáveis cadeiras do auditório aplaudiram o procurador-geral.

Após a exposição, o chanceler paraguaio Eladio Loizaga fez questão posar ao lado de Janot, para uma "selfie”, ao lado do chefe, o presidente Horácio Cartes. Momentos antes, Cartes qualificara de "histórica" a Lava Jato, em um debate sobre o futuro da América Latina.

Tão logo deixou a mesa principal, Janot foi abordado por um empresário mexicano que não apenas o cumprimentou como pediu conselhos sobre como proceder no caso de seu país — tradicionalmente foco de denúncias de corrupção. Janot foi chamado a falar pelo moderador, o acadêmico venezuelano radicado nos EUA Ricardo Hausmann (Kennedy School of Government), para quem a Lava Jato é algo que "não imaginávamos antes" e que pode servir de exemplo para "combater a corrupção no resto da região”.

‘PIG cheiroso’

Longe de ser uma unanimidade, a presença de Janot em Davos foi alvo da crítica ácida de jornalistas, nas redes sociais brasileiras. Entre eles, o apresentador da Rede Record e blogueiro Paulo Henrique Amorim:

“O Procurador que procura o que quer achar não precisava fazer tanto esforço para ir a Davos, na Suíça, tranquilizar os mercados. Ele já tranquilizou quando disse ao Aragão que "Lula é um bandido"! E comete o despautério de dizer que Davos está entusiasmada com a Lava Jato! Muiiiito!”.

Amorim cita alguns exemplos:

“Segundo o PiG cheiroso, em três anos 25 empresas deixaram a Bolsa, entre outros motivos porque os executivos se borram de medo de ir em cana com os "métodos", os vazamentos selecionados da Lava Jato e dos dallagnóis subordinados (sic) ao Janot!

‘O fedorento’

Ainda segundo o PiG cheiroso dessa quarta-feira 18 de janeiro, a Receita Federal cobra mais de R$ 10 bilhões de envolvidos na Lava Jato (os três filhos do Roberto Marinho - que não têm nome próprio e detêm 23% da renda dos brasileiros não correm nenhum risco...), porém, segundo um Procurador da Receita, ‘há pouco patrimônio para tanta dívida!”.

“É um colosso!”, comentou. E acrescenta:

“O mercado adora o Janot e o cachalote. E quando começarem as delações da Odebrecht? Quantos mercadistas serão acordados na calada da noite para uma coerção amistosa, como foi a do Lula, o bandido? O fato é que ninguém em Davos percebeu que o Janot esteve lá, apesar da barriga incontida no paletó sufocante. Janot, como em Brasilia, foi apenas um personagem do PiG. O cheiroso e o fedorento!”.

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