Jornal inglês pressiona por solução rápida para Argentina

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Publicado Sexta, 10 de Agosto de 2001 às 13:42, por: CdB

Os Estados Unidos precisam tomar uma decisão sobre a Argentina, e rapidamente. Esse é o tom do editorial da revista The Economist que avalia a possibilidade de o FMI oferecer, com o decisivo aval do governo americano, um socorro para a economia argentina. Segundo a revista, os argentinos podem estar exagerando sobre o quão próximos estão de obter a ajuda. "Mas quem é que pode saber?", indaga o texto. O FMI e o Tesouro americano vêm enviando sinais contraditórios sobre qual o apoio que a Argentina poderá ter. "Pior ainda, não há sinal de que alguém em Washington tenha uma estratégia séria para tirar a Argentina dessa confusão, ou para lidar com um colapso do país", diz o texto. Segundo a revista, a atual fórmula para evitar um calote argentino - cortes draconianos nos gastos e pequenas somas de dinheiro do FMI, disponibilizadas ao longo dos próximos dois anos - "não vai funcionar". Segundo a revista, uma das análises sobre a situação argentina - "que parece a mais plausível" - prega que é muito tarde para que apenas o aperto fiscal seja suficiente para resolver os problemas do país pois os investidores não vão colocar dinheiro na Argentinas diante de um cenário que não indica crescimento econômico. Segundo essa visão, "se uma crise é inevitável, o quanto antes ela ocorrer, melhor, inclusive para a Argentina". Para a revista, há uma grande diferença entre uma restruturação em cooperação com o FMI, apoiada por dinheiro oficial, do que uma caótica derrocada como a vivida pela Rússia em 1998. "Mas mesmo sob as melhores circunstâncias, isso será difícil de ser administrado." No pior cenário, os argentinos poderiam sacar seu dinheiro, forçando um colapso da moeda. A desvalorização descontrolada do peso causaria uma insolvência generalizada no setor corporativo e inflação alta. Nesse caso, as conseqüências iriam mais longe, disse a The Economist. "Mesmo com um muro de proteção de US$ 15 bilhões ao longo dos pampas, o Brasil poderia ter sérios problemas se a Argentina entrar em colapso." Os bancos de países ricos também poderia sentir o golpe. Os bancos europeus têm uma exposição de US$ 40 bilhões na Argentina e os norte-americanos US$ 10 bilhões. Além disso, o colapso argentino poderia ter conseqüências políticas de longo prazo, pois os eleitores estão ficando insatisfeitos com a economia liberal e o livre mercado. "Organizar uma restruturação da dívida que evite esses riscos será difícil e caro", disse a revista.

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