Julgamento de Dilma será marcado após sessão de pronúncia, diz Lira

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Publicado Quarta, 03 de Agosto de 2016 às 10:43, por: CdB

Deputados protestaram quanto à possibilidade de haver pressão do presidente de facto visando à antecipação da conclusão do processo de impeachment

Por Redação, com Agência Senado - de Brasília:
O presidente da Comissão Especial do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), informou que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowiski, aguardará o resultado da sessão de pronúncia, na qual os senadores decidem pela acolhida ou não da denúncia contra Dilma Rousseff, para então marcar o julgamento final do impeachment no Plenário do Senado.
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A sessão de pronúncia no Plenário do Senado deverá ser realizada na próxima terça-feira e será presidida por Lewandowiski
No início da reunião da comissão nesta quarta-feira, Lira disse que recebeu a informação de Lewandowiski em encontro que mantiveram na terça-feira. – O presidente Ricardo Lewandowiski me informou que, na condição de juiz, ele só pode marcar a data após a pronúncia, senão estaria fazendo juízo de valor antecipado – relatou Raimundo Lira. A sessão de pronúncia no Plenário do Senado deverá ser realizada na próxima terça-feira e será presidida por Lewandowiski, assim como a sessão final de julgamento. A informação prestada por Raimundo Lira foi motivada por protestos dos senadores do PT Lindbergh Faria (RJ), Gleisi Hoffmann (PR) e Humberto Costa (PE) e pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), quanto à possibilidade de haver pressão do presidente de facto Michel Temer visando à antecipação da conclusão do processo de impeachment. Conforme os parlamentares, diversos jornais do país noticiaram almoço de Temer com o presidente do Senado, Renan Calheiros, quando o tema teria sido tratado. – Eu acho um absurdo. A matéria cita um senador do PMDB, que diz o seguinte: ‘o Michel disse que ia falar com o Renan e que ele tentasse com o Lewandowski antecipar a data’ – protestou Lindbergh. Humberto Costa também considerou a situação inaceitável, mas reforçou sua confiança em Renan Calheiros. – Não acredito que o presidente Renan, se tiver o poder para isso, vá fazer qualquer processo de atropelamento, até porque ele, desde o início do processo, disse que não iria manchar a sua biografia. Nem levaria a um processo de procrastinação e muito menos a um processo de atropelamento – opinou o senador por Pernambuco. O assunto gerou polêmica e resultou em manifestações de senadores favoráveis ao impeachment, como Magno Malta (PR-ES), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Ronaldo Caiado (DEM-GO), José Medeiros (PSD-MT), entre outros. – O Brasil exige um desfecho do nosso trabalho. Vamos fazer aquilo que é a expectativa da sociedade, do povo brasileiro: decidir este processo. Chega de procrastinação – afirmou Cássio. A Comissão de Impeachment discute nesta quarta-feira o relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável à aceitação da denúncia contra Dilma Rousseff e à continuidade do processo de impeachment. O relatório será votado na quinta-feira.
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