Khamenei diz que inclusão da Guarda Revolucionária em lista de sanções dos EUA é 'medida perversa'

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Publicado Terça, 09 de Abril de 2019 às 07:50, por: CdB

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, também defendeu a força militar por ser uma protetora do país, dizendo em um discurso televisionado que os EUA “guardam rancor” da Guarda, que “sacrificou sua vida para proteger nosso povo, nossa revolução”.

Por Redação, com Reuters - de Dubai

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que os Estados Unidos tomaram uma “medida perversa” ao designarem a Guarda Revolucionária iraniana como uma organização terrorista estrangeira, noticiou a televisão estatal nesta terça-feira.
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Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, discursa durante evento em Teerã
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a designação na segunda-feira, uma medida inédita que aumentará a tensão no Oriente Médio. – Eles querem tramar contra nossa Sepah (Guarda)... ela está na linha de frente do confronto aos inimigos de nossa Revolução (Islâmica de 1979) e sempre defendeu o país... a América foi incapaz de impedir nossos avanços – disse Khamenei ao discursar a um grupo da Guarda. – Apesar de toda a pressão dos últimos 40 anos, os americanos não conseguiram fazer droga nenhuma, e sua atitude perversa não dará frutos. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, também defendeu a força militar por ser uma protetora do país, dizendo em um discurso televisionado que os EUA “guardam rancor” da Guarda, que “sacrificou sua vida para proteger nosso povo, nossa revolução”. Composta por cerca de 120 mil militares em unidades do Exército, Marinha e Aeronáutica, a Guarda também comanda os Basij, paramilitares religiosos voluntários, e controla o programa de mísseis do Irã. Suas forças Quds lutaram em nome de Teerã em guerras regionais. Os EUA já tinham colocado dezenas de entidades e pessoas em listas de sanções devido às suas filiações à Guarda, mas não a organização como um todo. A decisão de Trump veio depois que as relações entre Teerã e Washington degeneraram em maio, quando o líder norte-americano retirou o país de um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais e readotou sanções contra a República Islâmica. Teerã retaliou nomeando o Comando Central dos EUA (Centcom) como uma organização terrorista e o governo dos EUA como patrocinador do terrorismo, e autoridades iranianas alertaram que a medida ameaçará interesses norte-americanos na região, onde o Irã está envolvido em diferentes guerras, como a da Síria e do Líbano. – Este erro unirá os iranianos e a Guarda se tornará mais popular no Irã e na região... a América usou terroristas como ferramentas na região, enquanto a Guarda a combateu do Iraque à Síria – disse Rouhani. Comandantes da Guarda Revolucionária disseram várias vezes que bases dos EUA no Oriente Médio e porta-aviões no Golfo Pérsico estão ao alcance dos mísseis iranianos. Parlamentares do Irã usaram uniformes da Guarda nesta terça-feira para expressar seu apoio à corporação.
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