Lama tóxica de Brumadinho polui as águas do ‘Velho Chico’

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Publicado Sexta, 22 de Março de 2019 às 13:37, por: CdB

Dados recolhidos pela Fundação S.O.S. Mata Atlântica — que monitora o impacto ambiental da tragédia através de uma expedição pelo Rio Paraopeba (afluente do Velho Chico) — mostram que alguns trechos do Alto São Francisco já estão com água imprópria para consumo humano e animal.

 
Por Redação - de Belo Horizonte
  O pior pesadelo dos ambientalistas torna-se realidade. Após o rompimento da barragem da Vale Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, os rejeitos tóxicos já contaminaram o Rio São Francisco.
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Para aonde se olha o que se vê é desleixo, descuido, irresponsabilidade, conivência, egoísmo, impunidade e avidez de lucro
Dados recolhidos pela Fundação S.O.S. Mata Atlântica — que monitora o impacto ambiental da tragédia através de uma expedição pelo Rio Paraopeba (afluente do Velho Chico) — mostram que alguns trechos do Alto São Francisco já estão com água imprópria para consumo humano e animal. A qualidade da água nas bacias da Mata Atlântica, segundo relatório publicado nesta sexta-feira, tem piorado dia após dia. Entre os dias 8 e 14 de março, analistas recolheram amostras de água em 12 pontos do rio e constataram que nove deles estavam em condição "ruim" e três em situação “regular”.

Poluição

No trecho a partir do Reservatório de Retiro Baixo, entre os municípios de Felixlândia e Pompéu, em Minas Gerais, até o Reservatório de Três Marias, no Alto São Francisco, a turbidez (transparência da água) estava acima dos limites legais definidos pela Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para a qualidade da água doce superficial. Em alguns locais, esse indicador chegou a ser verificado entre duas e seis vezes mais que o permitido pela resolução. O manancial, agora, apresenta traços de altas concentrações de ferro, manganês, cromo e cobre, “acima dos limites máximos permitidos pela lei", denuncia Malu Ribeiro, assessora da S.O.S. Mata Atlântica especialista em água. Ribeiro explicou a jornalistas que "o medo é que aconteça o mesmo que ocorreu com o rio Doce no desastre de Mariana". — Depois de percorrer 120 quilômetros no Alto São Francisco com pescadores locais, observamos muitos trechos com perda de fauna aquática. As aves também desapareceram do entorno — lamenta a pesquisadora.
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