Lentidão da Rússia para reagir a escândalo de doping ameaça participação nos Jogos do Rio

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Publicado Sexta, 11 de Março de 2016 às 09:48, por: CdB

 

Vendo o tempo acabar, o ministro russo dos Esportes, Vitaly Mutko, também disse não esperar nenhuma "notícia revolucionária" na reunião da Iaaf

  Por Redação, com Reuters - de Mônaco/Rio de Janeiro:   A participação da Rússia nas Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016 deve continuar sendo uma incógnita nesta sexta-feira, já que não se espera que a força-tarefa de uma operação da Agência Mundial Antidoping (Wada) faça uma recomendação favorável quando se reportar à Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf). Vendo o tempo acabar, o ministro russo dos Esportes, Vitaly Mutko, também disse não esperar nenhuma "notícia revolucionária" na reunião da Iaaf.
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A participação da Rússia nas Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016 deve continuar sendo uma incógnita
O norueguês Rune Andersen, ex-diretor da Wada e líder da força-tarefa de cinco membros que analisa os esforços de reforma da Rússia após o atletismo do país ser suspenso das competições internacionais em novembro passado, irá falar ao Conselho da Iaaf, que administra os assuntos da entidade. Fontes a par da situação afirmaram que Andersen não deve fazer qualquer tipo de recomendação no que diz respeito a manter a suspensão ou tomar medidas para encerrá-la. Na semana passada, um documentário exibido na rede de televisão alemã ARD disse que a Rússia avançou pouco nas reformas, que treinadores afastados por doping ainda trabalham no país e que autoridades recém-nomeadas como parte das reformas estão alertando os atletas com antecedência sobre testes de doping. O ex-presidente da Wada Dick Pound, coautor do relatório da comissão da Wada que levou ao banimento da Rússia, afirmou na quarta-feira que não acredita que o país está mostrando a urgência necessária para realizar as mudanças exigidas. O programa de atletismo da Rio 2016 começa em 12 de agosto, mas a inscrição precisa ser entregue cerca de um mês antes, tarde demais para a ampla maioria dos atletas russos, que ainda precisariam obter os índices olímpicos para participar.

Velocista brasileira

A velocista cearense Ana Claudia Lemos, principal corredora do país nos 100m e 200m, foi flagrada em um exame antidoping realizado fora de competição para o uso da substância proibida oxandrolona, informou na quinta-feira a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), e corre o risco de ficar fora das Olimpíadas do Rio de Janeiro por suspensão. A corredora foi pega em exame realizado durante treinamento da equipe brasileira no Rio no mês passado, e agora aguarda a abertura da amostra B. Se o resultado for confirmado, a atleta enfrentará um processo que pode resultar numa suspensão do esporte. Ana Claudia é a atual recordista brasileira e sul-americana dos 200m, e também alcançou o índice olímpico para disputar os 100m nos Jogos do Rio, que acontecem de 5 a 21 de agosto. Além das provas individuais, ela atualmente é titular das equipes brasileiras para os revezamentos 4x100m e 4x200m. A atleta disputou as Olimpíadas de Londres em 2012, quando participou da final olímpica do revezamento 4x100m. A substância oxandrolona é um esteróide anabolizante que faz parte da lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidoping (Wada). A Confederação Brasileira de Atletismo disse que ainda não foi informada oficialmente pela ABCD sobre o caso de doping, lembrando que a primeira pessoa a ser notificada é sempre o atleta em casos de exame antidoping positivo. Em nota, a confederação disse que iniciará os procedimentos disciplinares, com o encaminhamento do caso à Justiça para julgamento, caso o resultado seja confirmado como positivo pela ABCD. Atualmente a legislação antidoping do Brasil está fora de conformidade com a Wada por não contar com um tribunal exclusivo para casos de doping, o que precisa ser alterado até 18 de março para o país não ser descredenciado pela agência internacional. Se a mudança não for feita, o país perderá o direito de fazer os exames antidoping das Olimpíadas. O atletismo internacional vive atualmente um dos piores escândalos da história devido a um esquema de corrupção e doping na Rússia, envolvendo autoridades russas e internacionais.   A Rússia, que só fica atrás dos Estados Unidos na elite da modalidade, está atualmente suspensa de todas as competições de atletismo e só poderá voltar a competir, incluindo na Rio 2016, se provar à Wada que cumpriu uma série de condições antidoping.  
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