Líder espiritual do Lar Frei Luiz é morto com requintes de crueldade

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Publicado Sexta, 19 de Junho de 2015 às 10:59, por: CdB
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Policiais da Divisão de Homicídios foram acionados na manhã desta sexta-feira para tentar localizar o criminoso
  O Centro Espírita Lar de Frei Luiz, que recentemente entrou em ebulição por conta de uma mal-explicada carta psicografada atribuída a cantora Cássia Eller, morta em 2001, volta ao noticiário por um motivo agora trágico. Um dirigente e morador da casa, Gilberto Arruda, principal médium da casa, foi assassinado durante a madrugada. Ele foi barbaramente espancado e em seguida amarrado à cama e em seguida estrangulado. Ele havia acabado de ministrar uma palestra destinada a dependentes químicos. Não se sabe se o motivo teria alguma relação com conflitos religiosos, cada vez mais visíveis no país. Policiais da Divisão de Homicídios foram acionados na manhã desta sexta-feira para tentar localizar o criminoso. O centro fica na Estrada do Boiúna, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, e é muito frequentado por artistas, intelectuais e gente comum que busca ajuda espiritual e tratamento. Gilberto Arruda, um dos dirigentes da casa, também seria morador do local. Conhecido por atender pacientes com o espírito do médico alemão Frederich Von Stein, O Dr. Fritz, Gilberto se tornou uma pessoa muito conhecida entre os frequentadores. Seu trabalho dava continuidade a uma legião de médiuns que também afirmavam incorporar o alemão. O primeiro deles foi Zé Arigó, em Congonhas, Minas Gerais. Alguns anos depois foi a vez de Edson Queiroz, em Pernambuco. O primeiro morreu em um acidente de carro, enquanto o segundo foi brutalmente assassinado a facadas. O centro espírita está localizado em Jardim Boiúna, em Jacarepaguá, em uma área muito cobiçada: 13 mil m². Semanalmente recebe aproximadamente quatro mil pessoas. O tenista Gustavo Kuerten já relatou que fez uma operação espiritual no centro. Outros artistas que frequentam o lugar é o ator Carlos Vereza, Milton Nascimento, Elba Ramalho, entre outros. Ambos foram tratados por Gilberto Arruda incorporado por Fritz. Mortes violentas marcam a vida de quem trabalha com o espírito de Fritz: Zé Arigó morreu em 1 de novembro de 1971 após um acidente de carro. Não teve tempo de ser socorrido. Edson Queiroz morreu em 5 de outubro de 1991 pelo seu caseiro, José Ricardo da Silva. Há uma lenda de que os médiuns que se inspiram e atuam em nome de Fritz tem uma morte trágica e ao mesmo tempo rápida. Interpretam como uma compensação espiritual pelo esforço praticado em terra que em geral envolve também muitos conflitos sociais e pessoais. O médium baiano Divaldo Franco, falando sobre esta coincidência, disse que era uma maneira desenvolvida pela espiritualidade para evitar uma onda de ataques contra os médiuns: "os céticos diriam: se ele curava outros, porque agora não cura a si mesmo? Então, com uma morte trágica, em acidente ou assassinato, estas leviandades não merecem espaço", disse. Os ataques ocorrem porque a maioria dos médiuns convive com acusações de charlatanismo ou vaidade extrema. O que negam. Sobre a vida de Fritz há muita controvérsia. A versão mais comum indica que ele teria vivido e atuado nas frentes de batalha durante a Primeira Guerra Mundial. Insensível e até sádico, após sua morte teria recebido a missão da espiritualidade de voltar à vida para praticar a cura aos pobres e necessitados de um país distante e pobre como o Brasil. Nas redes sociais, integrantes de uma página do Lar Frei Luiz, fechada no Facebook, comentaram a morte do dirigente e pedem orações. A onda de ataques a religiosos no Rio tem se tornado frequentes. No domingo, a jovem Kailane Campos, de 11 anos, foi atacada a pedradas quando saía de um centro de Candomblé. Na madrugada de quinta-feira, o centro esotérico Casa do Mago, no Humaitá, também foi apedrejado. Não há ainda comprovação de que Gilberto Arruda tenha sido vítima de algum ataque de caráter religioso. E também de que o caso não tenha relação. O fato é que as autoridades tem preferido fazer proselitismo político, posando ao lado dos agredidos, do que agir contra os que agridem. Evangélicos, de diversas ordens, especialmente das chamadas igrejas neopentecostais, tem protagonizado ataques ás religiões afro há mais de uma década e tem merecido o silêncio cúmplice destas autoridades. Seus votos, por enquanto, tem pesado como escudo protetor.
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