Lula critica declarações de Serra

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Publicado Terça, 09 de Abril de 2002 às 12:08, por: CdB

O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou hoje o adversário tucano, senador José Serra, que ontem declarou ser contra a política de reajuste do petróleo adotada pelo governo federal. "Não sei até quando o Serra vai criticar o governo. Estão esperando que os jornalistas perguntem a ele, ´mas o senhor não era do governo até ontem?´", ironizou Lula. Sobre a política de reajuste de preços do governo federal, no caso do petróleo, Lula disse estranhar a adoção do gatilho. "Passei a vida querendo gatilho e agora o governo dá para o petróleo. Mas quando o barril estava US$ 30,00 e caiu para US$ 12,00, o preço da gasolina não caiu", disse Lula, referindo-se ao gatilho salarial defendido pelo PT para acompanhar as perdas causadas pela inflação. Lula disse ainda que o País é praticamente auto-suficiente em relação à produção de petróleo, produzindo 85% do que consome. "Além disso, o Brasil é detentor de uma nova matriz energética, o álcool, e poderia utilizá-la para tornar o País mais independente. Era importante que o governo levasse isso a sério", avaliou. O presidente de honra do PT também criticou declarações de Serra referentes a política de crescimento do País. Em entrevista concedida ontem, Serra afirmou que o País poderia ter um crescimento anual de 4,5% a 5% com aumento de gastos públicos na mesma faixa. Questionado sobre se não era contraditória a declaração do ex-ministro, Lula foi reticente. "Vocês é que sabem. O peixe morre pela boca. Vamos deixar as pessoas falarem, até caírem em contradição", disse Lula. "Estou há oito anos falando que é necessário fazer a economia crescer, até para acompanhar o crescimento demográfico." Segundo Lula, uma das metas de um eventual governo do PT é usar o dinheiro que não passa pelo Congresso Nacional, que pode ser aplicado diretamente pelo governo, para projetos de desenvolvimento regionalizados e investimento prioritário nas pequenas e micro empresas. Os recursos, que não necessitam de aprovação no Congresso Nacional, são do BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Fundo de Amparo ao Trabalhador.

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