May irá realizar votação parlamentar de acordo do Brexit na próxima semana

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Publicado Segunda, 07 de Janeiro de 2019 às 11:50, por: CdB

May disse que o Reino Unido será um território desconhecido se o acordo for rejeitado pelo Parlamento, apesar dos poucos sinais de que ela conquistou o apoio de parlamentares céticos.

Por Redação, com Reuters - de Londres

A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai realizar a votação no Parlamento do acordo do Brexit no dia 15 de janeiro, disse a BBC nesta segunda-feira, citando fontes do governo.
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Premiê britânica, Theresa May
May foi forçada a adiar a votação do acordo em dezembro após constatar que o pacto seria derrotado por larga margem. O governo já havia afirmado que a votação seria realizada na semana de 14 de janeiro. No domingo, May disse que o Reino Unido será um território desconhecido se o acordo for rejeitado pelo Parlamento, apesar dos poucos sinais de que ela conquistou o apoio de parlamentares céticos.

Reino Unido

O Reino Unido deve deixar a União Europeia (UE) em 29 de março, mas a incapacidade de May até agora de conseguir que o acordo de saída seja aceito no parlamento vem alarmando líderes empresariais e investidores que temem que o país esteja a caminho de um Brexit sem acordo prejudicial. Descrevendo o que ocorreria casso fosse derrotada, May disse à BBC: “Estaremos em território desconhecido. Eu não acho que alguém possa dizer exatamente o que acontecerá em termos da reação que veremos no parlamento.” Em meio a incertezas sobre os próximos passos do Reino Unido – que variam desde uma saída sem acordo à permanência no bloco europeu -, uma pesquisa mostrou que mais britânicos querem ficar na UE do que sair. O próprio partido de May está dividido em relação ao acordo desenhado pela primeira-ministra, com muitos temendo que uma política para evitar o ressurgimento de uma fronteira dura entre Irlanda e Irlanda do Norte possa deixar o Reino Unido sujeito a regras da UE indefinidamente. Um dos que lideram essa oposição a May é o parlamentar Jacob Rees-Mogg, que disse em entrevista a um jornal ser uma “ilusão” que o recesso do parlamento durante o feriado de Natal pudesse persuadi-lo a mudar de ideia e apoiar o acordo.

Trabalho a ser feito

Com o debate parlamentar sobre o acordo de May prestes a começar em 9 de janeiro, a primeira-ministra disse que ainda havia trabalho a ser feito para conseguir as garantias sobre o apoio da UE.
Ela ainda prometeu que o parlamento teria mais voz no resto do processo de saída da UE e alertou que rejeitar seu acordo poderia impedir o Brexit. – Não deixe a busca pela perfeição tornar-se o inimigo do bem, porque o perigo aí é na verdade terminar sem qualquer Brexit – afirmou May. Ela não respondeu se, caso derrotada, faria uma segunda tentativa de aprovar o acordo no parlamento. May também não afirmou diretamente, ao ser questionada, se estava conduzindo o país para um Brexit sem acordo, mas repetiu suas objeções a uma nova consulta à população sobre o tema. Ela afirmou que um segundo referendo seria divisivo e desrespeitoso com aqueles que votaram para deixar a UE na votação inicial, destacando ainda a falta de tempo para um novo referendo. – Praticamente, na verdade não se conseguiria um referendo a tempo antes de 29 de março —estaríamos falando em prorrogar o Artigo 50 – disse May, referindo-se ao aviso de saída dentro de dois anos enviado pelo Reino Unido à UE em março de 2017.
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