Militantes divulgam foto de jornalista dos EUA seqüestrado

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Publicado Segunda, 28 de Janeiro de 2002 às 18:20, por: CdB

Uma organização paquistanesa que reivindica melhores condições para os prisioneiros dos Estados Unidos que estão na base naval de Guantánamo, em Cuba, diz ter seqüestrado o jornalista americano que desapareceu na semana passada. O grupo militante, batizado de Movimento Nacional pela Restauração da Soberania Paquistanesa, liberou uma fotografia do jornalista Daniel Pearl com uma arma apontada contra sua cabeça. A organização também enviou uma mensagem via e-mail a grupos de mídia dos Estados Unidos. O texto diz que Pearl está sendo mantido em "condições desumanas, muito semelhantes às que paquistaneses e cidadãos de outros países estão sendo mantidos em Cuba pelo Exército americano". O comunicado afirma ainda: "Se os americanos aprimorarem as condições de detenção de nossos compatriotas, nós melhoraremos as condições de detenção do sr. Pearl e de todos os americanos que capturemos". O jornalista David Pearl, 38, é o chefe da seção sul-asiática do Wall Street Journal. Ele desapareceu na última quarta-feira, quando estava em Karachi, no Paquistão, para entrevistar líderes de grupos islâmicos radicais. Tanto o Wall Street Journal como o governo americano negaram as afirmações feitas pelos seqüestradores de que ele trabalharia para a CIA, a agência de inteligência americana. Fontes da polícia paquistanesa revelaram que acreditam que Pearl tenha sido seqüestrado pela Harkat ul-Mujahedeen, que encabeça a lista, divulgada pelos Estados Unidos, de supostas organizações terroristas. O grupo teria fortes ligações com a organização Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, e muitos de seus militantes teriam sido mortos durante a campanha militar americana no Afeganistão. A polícia do Paquistão interrogou cinco homens suspeitos de ligações com o seqüestro de Pearl. Eles disseram nada saber sobre o paradeiro do jornalista e depois foram liberados. O Wall Street Journal disse que as fotos que que o jornal recebeu de Pearl aparentam ser verdadeiras. A publicação afirmou não estar mantendo contato direto com os seqüestradores. Em seu comunicado, a organização radical pediu também a liberação do ex-embaixador do Talebã no Afeganistão, Abdul Salam Zaeef, que é uma das mais elevadas autoridades do Talebã detidas pelos Estados Unidos.

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