Ministro de alto escalão do governo é confrontado por filho de Bolsonaro

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Publicado Quarta, 13 de Fevereiro de 2019 às 17:24, por: CdB

Apenas algumas horas após o cancelamento da reunião, Carlos Bolsonaro, ou o “número 2”, como o pai o chama, disse que Bebianno mentiu.

 
Por Redação - de Brasília
  Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela articulação do governo junto ao Congresso e presidente do PSL — partido do presidente Jair Bolsonaro — no curso das eleições, Gustavo Bebianno foi, publicamente, confrontado por um dos filhos do correligionário. Carlos Bolsonaro relatou que, em face do escândalo das candidaturas forjadas, o ministro foi interpelado aos gritos por seu superior hierárquico, em um telefonema no qual ordenou o cancelamento do encontro que teriam, na tarde desta terça.
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Jair Bolsonaro falou aos gritos com Bebianno, ao telefone
Apenas algumas horas após o cancelamento da reunião, Carlos Bolsonaro, ou o “número 2” como o pai o chama, disse que Bebianno mentiu sobre suposta conversa com o presidente recém-empossado.

Mentira

Segundo o “número 2”, ele esteve com Bolsonaro na véspera “24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista", escreveu o interlocutor, em uma mensagem no Twitter. "Não há roupa suja a ser lavada! Apenas a verdade: Bolsonaro não tratou com Bebiano” sobre a questão das candidaturas fantasmas, acrescentou. No centro das denúncias de desvio de dinheiro público para campanhas eleitorais do PSL está o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro (PSL), deputado federal mais votado em Minas Gerais e principal suspeito de orquestrar um esquema de candidaturas laranjas no Estado. A corrupção no processo político teria direcionado recursos do Erário para empresas ligadas ao seu gabinete, na Câmara. Bebianno, no comando nacional do partido, por sua vez, teria autorizado o repasse de R$ 279 mil a quatro supostas candidatas mineiras, que receberam, somadas, algo em torno de 2 mi votos. A Polícia Federal (PF) trabalha para desvendar o mecanismo em que foram beneficiadas as candidaturas de fachada, quando existe a simulação de alguns atos de campanha, mas não o pleno exercício democrático.

‘Santinhos’

Atual presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), recém-eleito segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, também se junta a Bebianno no inquérito, por suspeita de estabelecer uma candidata laranja em seu Estado. Maria de Lourdes Paixão, 68 recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público, na eleição de 2018. Sua prestação de contas, no entanto, mostra que foram gastos 95% desses R$ 400 mil em uma única gráfica, para a impressão de 9 milhões de santinhos e cerca de 1,7 milhão de adesivos - às vésperas do domingo, dia 7 de outubro. Ouvidos pela PF, os quatro panfleteiros contratados para disseminar o material de campanha, foram uníssonos ao afirmar que foram contratados para distribuir 750 mil ‘santinhos’ por dia, uma tarefa humanamente impossível. No endereço onde estaria situada a gráfica, segundo apurou um dos diários conservadores paulistanos, não havia sequer uma impressora ou o menor traço de material gráfico.

‘Que se explique’

Filiado ao PRTB, o vice-presidente da República Hamilton Mourão afirmou que cabe ao PSL explicar o uso de ‘laranjas’ em campanhas eleitorais. Ele disse, literalmente: "o partido que se explique”. Mourão acrescentou não saber se Bolsonaro pediu explicações ao PSL sobre as suspeitas. O Ministério Público de Minas Gerais vai investigar o caso de Marcelo Álvaro Antônio (PSL), ministro do turismo envolvido com quatro candidatas forjadas no Estado.
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