Ministro da Economia volta pedir desculpas por fala inconsequente

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Publicado Segunda, 10 de Fevereiro de 2020 às 15:48, por: CdB

O ministro ressaltou que sua avaliação sobre os ganhos e privilégios do funcionalismo público brasileiro feita durante palestra na FGV — quando usou a expressão “parasita” — tinha como foco governos estaduais e municipais, e não os servidores públicos.

Por Redação - de Brasília
Ministro da Economia, o empresário Paulo Guedes pediu desculpas aos servidores públicos brasileiros após declaração polêmica, na sexta feira. Ele afirmou, em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters, que seu objetivo “jamais foi ofender as pessoas que cumprem seus deveres”.
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Paulo Guedes comparou o serviço público a um parasita que suga recursos da sociedade
— Me expressei mal e peço desculpas não só aos meus queridos familiares e amigos mas a todos os exemplares funcionários públicos a quem eu possa descuidadamente ter ofendido — disse. O ministro ressaltou que sua avaliação sobre os ganhos e privilégios do funcionalismo público brasileiro feita durante palestra na FGV — quando usou a expressão “parasita” — tinha como foco governos estaduais e municipais, e não os servidores públicos. — Eu não falava das pessoas, mas sim de casos extremos em que Estados e municípios gastam toda a sua receita com salários elevados de modo que nada sobrava para educação, saúde, segurança e saneamento — acrescentou.

Polêmica

Na sexta feira, ao falar sobre privilégios do funcionalismo, o ministro afirmou que “o hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático. A população não quer isso”. As declarações geraram manifestações contrárias de entidades que representam categorias do funcionalismo. No fim da tarde de sexta-feira, o ministério divulgou nota afirmando que a fala de Guedes havia sido tirada de contexto. A polêmica acontece em momento em que o governo finaliza projeto de reforma administrativa em que proporá mudanças nas regras de reajustes salariais e de promoções para novos servidores. O texto, segundo afirmou Guedes, será enviado à Câmara nesta semana. — Se o Estado existe para si próprio, então é como um parasita. O Estado perdulário maior que o hospedeiro, a sociedade — ponderou Guedes.

Conflitos

Ainda segundo o ministro, ele não falava de pessoas, “e, sim, do risco de termos um Estado parasitário, aparelhado politicamente e financeiramente inviável. O erro é sistêmico, e não é culpa das pessoas que cumprem seus deveres profissionais, como é o caso da enorme maioria dos servidores públicos. Em reunião, nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, alertou para a importância de se evitar conflitos que possam prejudicar o debate em torno das reformas. — Todos devem ser tratados com muito respeito porque o enfrentamento feito com termos pejorativos, que geram conflito, nos atrapalham no nosso debate — concluiu Maia.
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