Moro, candidato a presidente, serve de isca do Podemos para conseguir apoio político

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Publicado Segunda, 09 de Dezembro de 2019 às 11:50, por: CdB

O Podemos, legenda de ultradireita liderada pela deputada Renata Abreu e pelo senador Álvaro Dias, estaria disseminando a informação na tentativa de reunir apoiadores de peso, com a promessa de que Moro, mais adiante, irá se filiar ao partido.

 
Por Redação - de Brasília
  O ministro da Justiça e Segurança Pública teria aceito o convite do partido Podemos para concorrer à Presidência da República, em 2022, contra o patrão, Jair Bolsonaro (sem partido). Isso foi o que disseram as jornalistas Helena Chagas, secretária de Comunicação Social no governo da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), e Lydia Medeiros, titular de uma coluna política no diário conservador carioca O Globo. Ambas editam um boletim reservado para clientes, chamado Tag Report.
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O ministro Sergio Moro estaria articulando uma candidatura para 2022, contra Jair Bolsonaro
O Podemos, legenda de ultradireita liderada pela deputada Renata Abreu e pelo senador Álvaro Dias, estaria disseminando a informação na tentativa de reunir apoiadores de peso, com a promessa de que Moro, mais adiante, irá se filiar ao partido para concorrer como cabeça de uma coligação de centro-direita. “Moro perdeu a ingenuidade”, teria dito uma pessoa próxima do ministro, segundo o boletim. O ex-juiz da Lava Jato não estaria mais entusiasmado com a possibilidade de chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF); menos ainda com a hipótese de ser candidato a vice-presidente, em uma eventual chapa liderada por Bolsonaro. Em ambos os casos, Moro estaria exposto ao “humor instável” de Bolsonaro, algo indesejável. Assim, o ministro já estaria trabalhando numa opção política independente e usando as negociações do pacote anticrime para se manter sob os holofotes da luta contra a corrupção. Uma pesquisa do Instituto DataFolha, divulgada na véspera, no entanto, mostra que seu desempenho na condução da pasta tem recebido mais críticas do que elogios.

Bolsonaro

“O crescimento do Podemos é um dos elementos dessa construção. No Congresso, o que se diz é que, em algum momento, Moro se filiará”, escrevem as jornalistas, lembrando que o paranaense Álvaro Dias é amigo do ex-juiz. Moro, com esse tipo de respaldo, tem participado de negociações com o Legislativo, dedicando almoços e jantares à suas atividades políticas com parlamentares. O maior problema, no entanto, de Moro é Bolsonaro. O ministro sabe que não pode deixar o governo, sob risco de cair no limbo político, assinala o texto. Nos bastidores, o presidente estimula rumores de que o ex-juiz será seu companheiro de chapa em 2022, mas o que fará quando se der conta de que a candidatura de Moro avança e tem o apoio de uma parte do establishment?, questionam as articulistas. “Tudo isso no momento em que o caso Queiroz volta a ser investigado e pode consolidar, contra Bolsonaro, a perda da bandeira anticorrupção com a qual ele se elegeu”, encerra o artigo.
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