MST se une às centrais sindicais na convocação da greve geral

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Publicado Quinta, 20 de Abril de 2017 às 10:31, por: CdB

Parte da jornada nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pela greve geral, a ocupação teve início na segunda-feira

 

Por Redação, com ACS - de Porto Alegre

 

A unidade entre trabalhadores do campo e da cidade e os movimentos sociais na construção da greve geral do próximo dia 28, contra o projeto de reforma da Previdência de Michel Temer, contra a reforma trabalhista e a lei da terceirização, marcou o ato de desocupação do pátio da sede do Ministério da Fazenda e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre, no início da noite passada.

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O MST, maior movimento social em curso no Brasil, apoia a greve geral do dia 28

Parte da jornada nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pela reforma agrária, a ocupação teve início na segunda-feira, quando o assassinato de 21 trabalhadores rurais em Eldorado dos Carajás, no Pará, completou 21 anos.

A desocupação ocorreu após audiências com representantes dos governos gaúcho e federal. Em outros Estados, porém, seguem as ocupações nas quais são reivindicados mais assentamentos e investimentos em infraestrutura para as famílias assentadas. É o caso de abertura e melhoria de estradas para escoar a produção de alimentos, além de assistência técnica e financiamento.

Greve geral em curso

Integrante da coordenação do MST, Silvia Reis Marques destacou a unidade entre os camponeses e trabalhadores da cidade na resistência aos ataques aos direitos de toda a classe trabalhadora. 

— Fizemos a  grande jornada nacional pela reforma agrária. Colocamos o debate que vai para além da denúncia do massacre contra os trabalhadores e a luta pela terra. É a produção de alimentos saudáveis para todos, é uma outra relação com o ser humano e a natureza. Mas também contra essa retirada de direitos que afeta a toda a população, urbana e rural, em direitos que conquistamos com muita luta e muito sacrifício — pontua, destacando o auxílio-maternidade e o auxilio-doença, entre outros.

A líder do MST destacou ainda o avanço de projetos que beneficiam estrangeiros. Empresas transnacionais, como a Medida Provisória 759/2016, mais conhecida como MP da regularização fundiária.

— Na sua essência, vai beneficiar o agronegócio feroz. A compra de assentamentos. A regularização das áreas griladas, favorecendo o latifúndio e tirando terra daqueles que produzem alimentos — disse.

Resistência

Ela destacou que, no Rio Grande do Sul, os militantes voltam para suas bases. Visam centrar forças na organização da greve geral. Na avaliação do presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, o "abril vermelho" do MST de 2017 acontece em meio ao pior período da história para toda a classe trabalhadora brasileira.

— Para além das pautas justas da Via Campesina e do MST quanto à produção de alimento saudável, temos em curso uma reforma. Esta que afeta todos os trabalhadores do campo e da cidade. Por isso a CUT não poderia estar em outro lugar num dia como hoje. Aqui, quando estão encerrando uma das fases do abril vermelho. Prestando toda solidariedade a uma luta que é específica. E agradecendo apoio que nos tem dado ao caminhar junto com a gente na resistência. E nas lutas contra o desmonte da CLT e da Previdência — concluiu.

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