Nome de Kátia Abreu circula com desenvoltura para substituir cargo de Chico Rodrigues

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Publicado Segunda, 26 de Outubro de 2020 às 12:40, por: CdB

Kátia Abreu guarda, entre seus trunfos, o apoio de parte da centro-esquerda à proposta de autonomia do Banco Central, meta perseguida por Paulo Guedes. A medida prevê alteração nas regras para a demissão de presidente e diretores.

Por Redação - de Brasília
A máxima de que não há vácuo no poder se encaixou, feito luva, na situação em curso com o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) da Vice-liderança do governo, no Congresso. Mal caiu o parlamentar de Roraima, com a cueca cheia de dinheiro, o nome da latifundiária senadora Kátia Abreu (PP-TO) entrou em cena, com apoio de segmentos inteiros do grupo chamado ‘Centrão’, de centro-direita.
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A senadora Kátia Abreu (PP-TO) já foi oposição a Lula (PT), braço-direito de Dilma (PT) e candidata a vice na chapa de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República
A desenvoltura com que a senadora circula entre a oposição e a situação, no Congresso, é ponto positivo para que seu nome seja bem cotado entre os parlamentares. Apenas para conceituar seu poder de transmutação, Kátia Abreu foi braço direito da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), depois de ocupar postos de destaque na oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. — Eu acho a Kátia joia, uma senadora correta, muito ativa, que toca para frente. Seria um ganho ao governo se definisse pelo nome dela — declarou a jornalistas o líder do PL na Casa, Jorge Mello (SC).

Interferência

Tanto Mello quanto Kátia Abreu integram partidos do ‘Centrão’ e, embora o bloco partidário seja um dos pilares de sustentação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na Câmara dos Deputados, o grupo tem baixa representação no Senado. A senador do Tocantins, pela falta de interlocução na Casa, tem levado seus projetos diretamente aos representantes do governo, sem passar pela liderança partidária. — Que ela é ativa, com capacidade de argumentação todo mundo sabe. Não seria nenhuma surpresa (ela ser escolhida). Se você perguntasse há seis meses sobre o Centrão, nem o Centrão estava próximo do governo — repercutiu o senador Esperidião Amin (PP-SC). O MDB tem uma linha de diálogo aberta com o Centrão, mas não integra totalmente o bloco, e lidera o Congresso com Eduardo Gomes (TO) e o Senado, com Fernando Bezerra (PE). O PSDB, por sua vez, chegou a integrar a base governista com Izalci Lucas (DF), mas o senador assumiu a liderança do partido na Casa e se afastou do cargo.

Experiente

Rapidamente, o PP já emplacou para o cargo outro de seus representantes. Dessa vez, Elmano Férrer (PI), forte aliado do senador e presidente nacional da legenda, Ciro Nogueira. Caso Kátia Abreu seja indicada, ela fortalecerá a legenda. O próprio Izalci Lucas, que deixou o posto, está entre aqueles que defendem a indicação da senadora. — É lógico que ela é competente para o cargo. Eu acho que ela é muito boa, capaz e experiente, tem um poder de convencimento forte e seria a melhor escolha — torce. Nome de destaque no Centrão, o senador Jayme Campos (DEM-MT) também apoia o nome da senadora e garante que ela tem “a respeitabilidade necessária para o cargo”. — É um nome extraordinariamente bem aceito, se dá bem com todo mundo. Ela tem todos os componentes para ser uma grande líder. Seria um ganho para o governo — afirmou, a jornalistas.

Proposta

Kátia Abreu guarda, entre seus trunfos, o apoio de parte da centro-esquerda à proposta de autonomia do Banco Central, meta perseguida por Paulo Guedes, ministro da Economia. A medida prevê alteração nas regras para a demissão de presidente e diretores. Quando a dispensa for ordenada pelo presidente da República, ela precisará do aval do Senado, em votação secreta. — Durante todo o período da pandemia, votamos em uma velocidade enorme tudo o que era de gasto, tudo o que era de despesa para os governadores, para a saúde, para a micro e pequena empresa; era uma agilidade tremenda. Agora, por que temos tanta dificuldade em votar as questões da macroeconomia, da política monetária? — questiona a senadora, já com a resposta na ponta da língua.
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