Ocidente pressiona Trump para aceitar criação do Estado da Palestina

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Publicado Domingo, 15 de Janeiro de 2017 às 16:34, por: CdB

Cerca de 70 países, incluindo importantes países europeus e árabes, bem como os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, estão em Paris para discutir a criação do Estado da Palestina. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu rejeitou o encontro, classificando-o como "fútil"

 

Por Redação, com agências internacionais - de Paris

 

As grandes potências sinalizaram, neste domingo, ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que uma solução com dois Estados para israelenses e palestinos é a única solução para o Oriente Médio. A França alertou Trump de que os planos para mudar a embaixada norte-americana para Jerusalém poderiam prejudicar os esforços para a paz.

jean-marc-ayrault.jpgJean-Marc Ayrault escreveu artigo em que aponta solução para o Oriente Média, com a criação do Estado da Palestina

Cerca de 70 países, incluindo importantes países europeus e árabes, bem como os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, estão em Paris para uma reunião que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu rejeitou como "fútil". Nem os israelenses nem os palestinos serão representados no encontro.

No entanto, apenas cinco dias antes de Trump ser empossado presidente, a conferência fornece uma plataforma para os países enviarem fortes sinais ao futuro presidente norte-americano. Trump prometeu perseguir mais políticas pró-Israel e mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv, onde está localizada há 68 anos, para Jerusalém, o que praticamente consagra a cidade como a capital de Israel, apesar das objeções internacionais.

Resolução internacional

Chamando de provocação, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, disse que a mudança teria sérias consequências na prática.

— Não se pode ter uma posição tão clara, tão unilateral. Você precisa criar condições para a paz — disse ele ao canal France 3.

Paris afirmou que a reunião não irá impor nada sobre Israel ou sobre os palestinos. Apenas negociações diretas poderão resolver o conflito.

Um comunicado de imprensa visto pela agência inglesa de notícias Reuters reafirma resoluções internacionais existentes, pede que ambos os lados reafirmem seu comprometimento com a solução de dois Estados e repudiem autoridades que a rejeitem. O comunicado pede que os protagonistas "se abstenham de passos unilaterais que prejulguem o resultado das negociações".

Colonização

A solução de dois Estados (criação de um Estado palestino que coexista em paz com Israel) "está em perigo", reforçou Ayrault. Ele escreveu um artigo publicado na nos jornais francês Le Monde e no israelense Haaretz.

"A colonização israelenses nos territórios palestinos, os atentados palestinos em Israel, frustrações, radicalização do discurso, negociações completamente paralisadas há dois anos... A cada dia que passa, nos distanciamos ainda mais das perspectivas de uma resolução do conflito", escreveu Ayrault.

Anúncio concreto

A conferência deste domingo não levará a um anúncio concreto. Mas a um comunicado que recordará os textos de referência sobre o conflito israelense-palestino. Abordará, ainda, os princípios aceitos pela comunidade internacional em quase 70 anos.

"Parece ser importante, no contexto atual, que 70 países reafirmem que a solução de dois Estados é a única possível. É tão simples quanto isso, não é mais do que isso. Precisamos que essa posição seja gravada e defendida neste período de incerteza", explicou um diplomata francês.

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