Operação mira braço financeiro de milícia no Rio

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Publicado Sexta, 23 de Agosto de 2019 às 10:16, por: CdB

Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram no final de junho, quando milicianos armados com fuzis invadiram diversas comunidades.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro

Uma operação deflagrada na manhã desta sexta-feira cumpriu 36 mandados de busca e apreensão em imóveis explorados pela milícia na Baixada Fluminense. O objetivo é atacar o braço financeiro de um grupo paramilitar que atua em Nova Iguaçu.
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O objetivo é atacar o braço financeiro de um grupo paramilitar que atua em Nova Iguaçu
Participaram da ação, integrantes da 56ª DP (Comendador Soares); do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público; do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB); e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram no final de junho, quando milicianos armados com fuzis invadiram diversas comunidades de Nova Iguaçu - Grão Pará, Conjunto da Marinha, Pantanal, Dom Bosco e Marapicu -, além de localidades nas margens da Estrada de Madureira.

O grupo

De acordo com as informações levantadas na investigação, o grupo paramilitar tem aumentado as áreas de atuação para obter mais lucro. A milícia da região explora o comércio clandestino de gás, o fornecimento clandestino de internet, TV a cabo e transporte irregular, venda de cigarros contrabandeados, venda irregular de imóveis, exploração imobiliária, extorsão de comerciantes, agiotagem e clonagem de cartões, entre outras atividades criminosas. Os mandados estão sendo cumpridos no Conjunto da Marinha e diligências policiais ocorrem em locais apontados como centrais clandestinas de TV a cabo, Internet e depósitos de gás.

Cemitério clandestino

A Polícia Civil localizou na quinta-feira mais um cemitério clandestino, durante ação de policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, no bairro Parque Sarandi, em Queimados. Os agentes encontraram três corpos e uma motocicleta enterrados no local. De acordo com a polícia, o cemitério é suspeito de ser utilizado para ocultar corpos de vítimas da milícia conhecida como Caçadores de Gansos, que atua na região. Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) para identificação e perícia técnica. A Polícia Civil e o Ministério Público investigam homicídios relacionados às vítimas encontradas no local. Os agentes chegaram até o cemitério com base em denúncia anônima de que a localidade seria usada pela milícia Caçadores de Gansos. Um dos líderes é Carlos Luciano Soares da Silva, o Macaco Louco, que está foragido e indiciado em diversos inquéritos por crimes de homicídio.

Prisão

A milícia Caçadores de Ganso era comandada pelo vereador do município de Queimados Davi Brasil Caetano (Avante). De acordo com o Ministério Público estadual, o parlamentar, preso no dia 18 do mês passado, também é policial militar reformado, e foi investigado em 2017 pelo Ministério Público. Atualmente exercia o papel de liderança do grupo. Ele fazia a coordenação de todos os outros  integrantes, inclusive foi responsável por expandir essa milícia que começou no condomínio Ulysses Guimarães. A promotora de Justiça Mariana Segadas, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), disse que Davi é apontado como líder da milícia conhecida como Caçadores de Ganso. Ele é acusado de vários homicídios e responsável pela exploração da atividade de distribuição clandestina de sinal de TV a cabo, além da venda de botijões de gás e de água mineral. A promotora relatou que qualquer morador da área que fosse fazer churrasco era obrigado a comprar a carne, linguiça, asa de frango e carvão com a milícia, o chamado “kit churrasco”.
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