Palestras de Dallagnol se transformam em alvo de investigação federal

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Publicado Sexta, 23 de Junho de 2017 às 12:12, por: CdB

Ao final de uma das palestras no Expert 2017, evento promovido pela corretora XP Investimentos no mês passado, Dallagnol preferiu se calar, quando perguntado sobre os valores pagos a ele pela conferência.

 

Por Redação - de São Paulo

Os mais de R$ 200 mil pagos ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal, estão no centro de investigação em curso no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O funcionário público recebeu R$ 219 mil por 12 palestras, ao longo de 2016.

procurador.jpgProcurador da República, Dallagnol também é dono de apartamentos do
Minha Casa, Minha Vida

Ao final de uma das palestras no Expert 2017, evento promovido pela corretora XP Investimentos no mês passado, Dallagnol preferiu se calar, quando perguntado sobre os valores pagos a ele pela conferência. O procurador disse apenas que prestará as informações à Receita Federal e que, em 2018, divulgará o valor total recebido neste ano.

— Não falo sobre contratos específicos porque eles têm cláusulas de confidencialidade. Não posso expor o contratante — alegou.

O procurador afirmou que a instauração de um procedimento de investigação é de praxe e negou qualquer tipo de irregularidade.

— Toda vez que chega qualquer ofício ao CNMP por procedimento padrão eles instauram um procedimento [de investigação]. Eles vão me escutar e certamente vão arquivar. Porque esse pedido não tem qualquer perspectiva de êxito — alegou, depois de questionado por jornalistas.

Embolso

O coordenador da força-tarefa da Lava-Jato disse que "não controlou" os valores recebidos no ano passado com as palestras.

— Foram dadas, segundo informações do próprio hospital (que recebe os recursos), porque eu não controlava isso, diretamente, 12 palestras, que somaram R$ 219 mil. As destinações foram feitas diretamente pelas entidades para a construção do hospital infantil — desconversou.

Dallagnol disse, ainda, que a doação é uma "decisão pessoal". E, se decidisse embolsar todo o montante, "também não teria nenhum problema".

O procurador também é dono de apartamentos comprados no Programa Minha Casa, Minha Vida. A aquisição dos imóveis, em uma ação governamental para famílias de baixa renda, segundo afirmou, seria “para investimento”.

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