Paquistão alerta EUA e aliados para não tentar depor o Talebã

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Publicado Terça, 25 de Setembro de 2001 às 17:27, por: CdB

O Paquistão reiterou nesta terça-feira seu total apoio à luta liderada pelos Estados Unidos contra o terrorismo, mas advertiu a comunidade internacional para não tentar impor um novo governo ao Afeganistão, em substituição ao regime do Talebã. Enquanto aumentavam as perspectivas de uma operação militar dos EUA no Afeganistão, o ministro paquistanês das Relações Exteriores, Abdul Sattar, afirmava: "É muito importante que o mundo entenda o Afeganistão". No passado, disse o chanceler, "aqueles que intervieram e tentaram conspirar com seus líderes preferidos no Afeganistão pagaram um preço muito alto". Sattar fez suas declarações depois de uma série de reuniões com autoridades da União Européia, que estão em Islamabad no início de uma missão de cinco dias por cinco países muçulmanos. Referindo-se à anti-Talebã Aliança do Norte, o chanceler paquistanês disse que as potências estrangeiras deveriam tomar cuidado e não responder favoravelmente a pedidos de assistência militar feitos por grupos afegãos. "Tememos que uma decisão desse tipo, por parte de potências estrangeiras, seja o prenúncio de um sofrimento maior para o povo do Afeganistão", acrescentou Sattar. A Aliança do Norte, que já controla cerca de um quinto do território afegão mas permanece como o governo reconhecido pelas Nações Unidas, ofereceu seus serviços aos EUA no caso de Washington iniciar operações militares no Afeganistão em retaliação aos atentados terroristas ocorridos em Nova York e Washington, no dia 11 de setembro. O governo norte-americano advertiu o Talebã sobre a possibilidade de enfrentar uma ação militar caso não entregue o suspeito número um nos ataques, o exilado saudita Osama bin Laden. A delegação européia em visita a Islamabad prometeu total apoio ao Paquistão e afirmou que se empenharia em construir uma nova relação entre a UE e o governo paquistanês. Uma medida inicial anunciada é a promessa de um pacote de ajuda de emergência, no valor de 18 milhões de dólares, visando a ajudar o país a enfrentar um antecipado aumento no fluxo de refugiados do Afeganistão, caso os EUA decidam levar adiante sua ameaça ao Talibã. Mas o comissário de Relações Exteriores da UE, Chris Patten, disse que a Europa não viu "uma etiqueta de preço" em termos da quantidade de assistência. "Nós devemos assegurar que o Paquistão não seja desestabilizado pela crise humanitária que pode estar prestes a atingir o país", afirmou Patten, que integra a delegação da UE.

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