Partidos de esquerda anunciam moção de censura contra governo francês

Arquivado em:
Publicado Quinta, 06 de Dezembro de 2018 às 08:47, por: CdB

Segundo anunciou o primeiro-secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, a moção de censura tem o apoio da França Insubmissa (esquerda radical) e do Partido Comunista.

Por Redação, com EFE e Reuters - de Paris

Os partidos de esquerda no Parlamento da França apresentarão na próxima segunda-feira uma moção de censura contra o governo, por causa de sua gestão da crise dos "coletes amarelos" e para mostrar que "outra via é possível".
franca-3.jpg
O governo do presidente francês Emmanuel Macron está retirando aumentos nos impostos
Segundo anunciou o primeiro-secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, a moção de censura tem o apoio da França Insubmissa (esquerda radical) e do Partido Comunista, embora desejem que outros grupos se somem a sua iniciativa na Assembleia Nacional, onde o partido do governo conta com maioria absoluta. Em entrevista à imprensa, Faure explicou que os três grupos vão "buscar nos próximos dias a ampliação do número de partidos que se somem à moção", que tem escassas chances de prosperar devido à cômoda maioria absoluta que tem o partido do governo. Consciente disso, o líder socialista se perguntou: "Para que serve? Para demonstrar que outra via é possível (...) Há uma finalidade comum, que a justiça seja mais firme".

Protestos

O governo do presidente francês Emmanuel Macron está retirando aumentos nos impostos sobre combustíveis previstos no orçamento do ano que vem diante dos protestos no país contra o alto custo de vida, segundo disse seu primeiro-ministro na quarta-feira, um dia após anunciar a suspensão das tarifas por seis meses. O governo Macron luta para acabar com a raiva dos “coletes amarelos”, no desenrolar dos protestos do último sábado, os piores na região central de Paris nas últimas cinco décadas. “O governo está pronto para o diálogo e mostrando isso porque este aumento de impostos não estará no orçamento para 2019”, disse o primeiro-ministro, Edouard Philippe, na câmara inferior do parlamento. A concessão foi a última tentativa de superar a pior crise da presidência de Macron. Seu governo havia indicado anteriormente que poderia também retomar um imposto sobre fortunas que Macron havia diminuído no ano passado para que cobrisse apenas ativos imobiliários, o que levou à críticas de que ele seria “o presidente dos ricos”. Um assessor de Macron negou que qualquer eventual revisão do imposto sobre fortunas represente um recuo de Macron, um ex-banqueiro de investimentos, acrescentando que o presidente continua comprometido com suas propostas de reformas. O porta-voz do governo Benjamin Grivet disse que todas as medidas relacionadas a impostos precisam ser periodicamente avaliadas e, se fosse percebido que não funcionam, devem ser alteradas. Ele disse que o imposto sobre fortunas pode ser reavaliado na segunda metade de 2019. – Se uma medida que tomamos, que está custando dinheiro público, não estiver funcionando, se não estiver indo bem, não somos estúpidos - nós mudaríamos de ideia – disse Griveaux à estação de rádio RTL. Os distúrbios por conta do aperto nos orçamentos domésticos acontece após dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrarem que a França se tornou o país com maior carga de impostos no mundo desenvolvido, ultrapassando inclusive a Dinamarca, conhecida por sua alta carga tributária. Griveaux disse depois que Macron pediu a todos os partidos políticos, sindicatos, e líderes empresariais para que fosse enfatizada a necessidade para se ter calma. No entanto, protestos de estudantes e greves planejadas de sindicatos de setores de energia e portos para a semana que vem não indicam a diminuição do atual clima de combatividade.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo