PCB critica os atos de terror e repudia imperialismo norte-americano

Arquivado em:
Publicado Terça, 18 de Setembro de 2001 às 06:40, por: CdB

Íntegra da Nota Oficial do Partido Comunista Brasileiro acerca dos atentados realizados há uma semana em Nova Iorque: "Solidariedade às vítimas do terrorismo! Repúdio ao imperialismo! O Partido Comunista Brasileiro vê com apreensão os desdobramentos políticos, econômicos e militares dos ataques terroristas perpetrados contra o World Trade Center e o Pentágono, ícones da arrogância e da agressividade do império americano. Os comunistas historicamente sempre condenaram todas as formas de terrorismo, seja ele praticado por grupos políticos ou por Estados. Internacionalistas, não distinguimos a solidariedade às vítimas do terror – em geral trabalhadores e a população civil -- em função de sua nacionalidade, raça ou religião. Por outro lado, não temos qualquer identidade com os grupos suspeitos de terem praticado aqueles atentados, tanto do ponto de vista dos métodos de luta como de orientação política e ideológica. A julgar pelos indícios, trata-se de organizações inspiradas por nacionalismo xenófobo e fundamentalismo religioso, que fazem do anti-imperialismo uma guerra santa, fora do contexto da luta de classes. Nos países em que assumiram o poder, o capitalismo continua incólume. Muitos desses grupos, no passado recente, lutaram contra a União Soviética, financiados pela CIA. Hoje, atacam o Pentágono. Os comunistas lutam contra o imperialismo de forma diferente e por razões diferentes. Contribuem para a organização e mobilização dos explorados, para tomarem o poder em suas mãos e construírem uma sociedade socialista. A despeito de nosso repúdio aos atentados, não podemos deixar de denunciar firmemente a hipocrisia disseminada pela mídia internacional, que tenta transformar a justa solidariedade às vítimas do terrorismo num consenso para justificar a iminente agressão americana a um ou mais Estados, que estão sendo escolhidos arbitrariamente para o contra-ataque do império, que certamente se dará de forma desproporcional e exemplar. As vítimas desta vez serão árabes, palestinos e muçulmanos, cujo sofrimento não será exposto pela mídia, que vem incentivando perigosamente a xenofobia, a discriminação e a retaliação contra esses já sofridos povos. É preciso deixar claro que os EUA colheram o ódio que semearam no mundo. Estão provando do próprio veneno. O governo americano é o maior grupo terrorista de todos os tempos. Já na Segunda Guerra, os EUA inauguraram o terrorismo de Estado, atacando com bomba atômica populações civis japonesas. Desde então, invadiram dezenas de países, espalhando o terror e a morte. Milhões de civis foram brutalmente assassinados ou mutilados no Vietnã, na Coréia do Norte, no Iraque, na Somália, no Sudão, na antiga Iugoslávia, onde alvos civis foram atacados e destruídos, como igrejas, fábricas, escolas e hospitais. No mundo todo, desrespeitam a autodeterminação dos povos. Na América Latina, em particular, intervêm na vida de todos os países, inclusive derrubando governos legítimos, como fizeram aqui no Brasil, no Chile, na Argentina, no Uruguai. Há décadas promovem agressões militares contra Cuba, financiando terroristas e sustentando um ignóbil bloqueio econômico. Faz-se necessário, portanto, um firme posicionamento diante da atual situação mundial, agravada por uma crise econômica que está levando à fome, à miséria, ao desemprego e à exclusão social, com a deterioração dos níveis de vida de quatro quintos da população do planeta, atingindo diretamente as grandes massas e os trabalhadores, quadro que tende a se agravar com o aprofundamento da recessão. Todas as ações e declarações do Presidente Bush, desde sua posse -- após uma vitória eleitoral sob suspeita de fraude --, têm sido no sentido de acentuar, nas relações internacionais, o domínio absoluto da força militar e dos interesses do capital trasnacional, chegando ao ponto de não assinar o tratado de Kyoto -- um compromisso mundial pela diminuição da poluição industrial -- e de reti

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo