Personalidades do ano da 'Time' são três mulheres

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Publicado Domingo, 22 de Dezembro de 2002 às 21:30, por: CdB

A revista americana Time elege três mulheres como Personalidade do ano, louvando o papel delas em revelar fraudes e má conduta no ambiente de trabalho. A revista traz na capa Coleen Rowley, uma agente do FBI (polícia federal americana); Sherron Watkins, uma executiva da Enrom e Cynthia Cooper, funcionária da WorldCom. Duas delas - Watkins e Cooper - descobriram uma fraude gigantesca nas empresas em que trabalhavam. Rowley escreveu um memorando para o diretor do FBI, Robert Muller, criticando o órgão por ignorar pistas vitais, antes dos ataques de 11 de setembro. Heroínas "Nos últimos 12 meses, estas mulheres terminaram o trabalho iniciado pelos bombeiros da cidade de Nova York, em 2001: heroínas forjadas pelas circunstâncias", disse a revista em um comunicado. "Pessoas que fizeram o que era certo, apenas fazendo seu trabalho ... com a bravura que o resto de nós espera ter, mas não sabe se terá", completa a revista. A agente Rowley escreveu para Muller descrevendo como os supervisores do escritório do FBI em Mineapolis recusaram um pedido seu para investigar Zacarias Moussaoui - que ficou conhecido como o suposto 20º seqüestrador - semanas antes do ataque de 11 de setembro. Ela testemunhou em um comitê do Senado que investigava possíveis falhas nos serviços de inteligência americanos. Sua carta criticava a cultura de manter tudo em segredo no FBI. O documento acabou sendo o estopim para a abertura de um inquérito no Congresso que apurou as falhas ocorridas. Watkins escreveu uma carta para o presidente da Enron, Kenneth Lay, em 2001, na qual alertava para o perigo de a empresa "implodir em uma onda de escândalos contábeis". De forma similar, Cooper descobriu que a WorldCom tinha escondido US$3,8 bilhões (R$ 13,2 bilhões) em perdas, usando contabilidade irregular. Raridade Apenas cinco mulheres foram escolhidas anteriormente a Personalidade do Ano da revista Time. A primeira foi Wallace Simpson, em 1936 e a última foi Corazon Aquino, em 1986. De acordo com a revista, o povo americano deve aprovar a escolha das sucessoras do ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giulliani, personalidade do ano da Time, em 2001. A revista publicou uma pesquisa neste domingo que mostra que seis em cada dez americanos vêem as três mulheres como heroínas. E quase três quartos disseram que denunciariam crimes sérios cometidos no trabalho, se tomassem conhecimento de uma situação do genêro. Outras pessoas consideradas pela revista incluíram o presidente americano, George W. Bush; o líder da rede Al-Qaeda, Osama Bin Laden; o vice-presidente Dick Cheney; e o Procurador-Geral de Nova York, general Eliot Spitzer. Bush era visto como favorito, mas o chefe de redação da Time, Jim Kelly, afirmou que alguns dos objetivos de Bush, como capturar Bin Laden, reativar a economia e tirar Saddam Hussein da presidência iraquiana, ainda não foram alcançados.

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