Petrobras entrega novas áreas do pré-sal às transnacionais

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Publicado Quinta, 25 de Maio de 2017 às 12:18, por: CdB

A Petrobras estimou em R$ 810 milhões o valor correspondente ao bônus de assinatura a ser pago pela companhia, considerando que os resultados dos leilões confirmem apenas as participações mínimas de 30% indicadas em cada bloco.

 

Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro

 

Diante de restrições financeiras, a Petrobras anunciou nesta quinta-feira que exercerá o direito de preferência em apenas três dos oito prospectos que serão ofertados nos dois leilões do pré-sal, sob regime de partilha, em outubro.

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Gigante anglo-holandesa participa de leilão promovido pela Petrobras em áreas do pré-sal

A Petrobras estimou em R$ 810 milhões o valor correspondente ao bônus de assinatura a ser pago pela companhia, considerando que os resultados dos leilões confirmem apenas as participações mínimas de 30% indicadas em cada bloco.

Tal montante, disse o presidente da empresa Pedro Parente, equivale a 0,3% do plano plurianual de investimento da companhia, de cerca de 74,1 bilhões de dólares, e não impacta as metas da petroleira, que busca reduzir seu elevado endividamento.

‘Áreas muito boas’

Na segunda rodada do pré-sal, a empresa informou que exercerá a preferência para a área unitizável adjacente ao campo de Sapinhoá, um dos maiores do Brasil já em produção, enquanto na terceira a estatal exercerá preferência nos prospectos exploratórios de Peroba e Alto de Cabo Frio Central.

— Todas as áreas são muito boas. Sem dúvida nenhuma, nem poderia ser diferente, as decisões (sobre a preferência) levaram em conta restrições de natureza financeira — afirmou o presidente da Petrobras a jornalistas, em conferência para tratar do tema.

Ainda que considere mínimos os aportes com o bônus do pré-sal, perto dos investimentos totais previstos, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, disse que a empresa decidiu postergar atividades exploratórias no litoral da Bahia para fazer à participação da empresa no leilão. Dessa forma, a empresa não precisará aumentar a previsão de investimentos em seu plano até 2021.

Direito de preferência

Em contrapartida, a empresa não descarta a possibilidade de ampliar o percentual de 30% indicado para as áreas onde está exercendo seu direito de preferência, formando consórcios para participar das licitações. Isso, em tese, abre espaço para a participação de grandes petroleiras globais nos leilões.

A companhia também disse que, nas áreas em que não exerceu direito de preferência, poderá participar em condições de igualdade com os demais licitantes. Seja para atuação como operador ou como não-operador.

A estatal busca reduzir sua enorme dívida, a maior para uma petroleira no mundo, com forte redução de custos. Trabalha, ainda, em um bilionário plano de venda de ativos. A Petrobras não revelou de onde viriam novos recursos para possíveis participações maiores. O presidente da Petrobras evitou dar detalhes sobre as estratégias definidas pela empresa até agora. Mas destacou que deverá participar das licitações em consórcios.

— Nossa preferência sempre será para a formação de consórcios e não esperamos hipótese de não haver consórcio — afirmou Parente.

Restrições no pré-sal

O executivo negou que já tenha conversado com petroleiras possivelmente interessadas nos leilões. Mas destacou que pôde observar em viagens recentes ao exterior forte interesse de companhias multinacionais nos prospectos que serão ofertados.

O executivo frisou ainda que as restrições financeiras terão que ser levadas em conta em suas futuras decisões. Isso, além das avaliações sobre os interesses da empresa na agregação de áreas exploratórias ao portfólio.

— Existe uma sequência de questões que se colocam de hoje até a realização do leilão. Elas vão determinar várias possibilidades diferentes para decisões que a empresa tem que tomar. Onde restrições financeiras especialmente no curto prazo certamente são relevantes — conclui Parente.

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