Planos de saúde terão que pagar exames do vírus zika

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Publicado Quarta, 06 de Julho de 2016 às 07:24, por: CdB

Por Redação, com ABr - de Brasília:   A partir desta quarta-feira, os planos de saúde terão que cobrir obrigatoriamente três exames de detecção do vírus zika para públicos específicos. Os procedimentos deverão ser disponibilizados para gestantes, bebês de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus, bem como aos recém-nascidos com malformação congênita sugestivas de infecção pelo zika. A escolha desses grupos levou em conta o risco de bebês nascerem com microcefalia devido à infecção da grávida pelo vírus durante a gestação. A microcefalia é uma malformação irreversível que pode comprometer o desenvolvimento da criança em diversos aspectos e vir associada, por exemplo, à surdez, a problemas de audição e no coração.

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A partir desta quarta-feira, os planos de saúde terão que cobrir obrigatoriamente três exames de detecção do vírus zika
A norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece que os planos têm que oferecer o PCR, indicado para a detecção do vírus nos primeiros dias da doença; o teste sorológico IgM, que identifica anticorpos na corrente sanguínea; e o IgG, para verificar se a pessoa teve contato com o zika em algum momento da vida. Normalmente, a ANS revê a cada dois anos o rol de procedimentos obrigatórios a serem cobertos pelos planos de saúde. A última revisão começou a valer em janeiro deste ano. Porém, no caso do exame de diagnóstico do vírus zika, a incorporação dos testes laboratoriais ocorreu de forma extraordinária, segundo a agência reguladora, por se tratar de umaemergência em saúde pública decretada pela Organização Mundial da Saúde. Os planos de saúde tiveram 30 dias para se adequar à nova regra.

Pesquisas sobre zika

O governo federal lançou no mês passado edital que prevê R$ 65 milhões em recursos para pesquisas que contribuam na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de infecções causadas pelo vírus zika e doenças correlacionadas. Do montante, R$ 20 milhões são parte do orçamento do Ministério da Saúde, R$ 30 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e R$ 15 milhões do Ministério da Educação. Os recursos fazem parte de ações do Eixo de Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa do Plano Nacional de Enfrentamento aoAedes aegypti e à Microcefalia, lançado em dezembro do ano passado. Os pesquisadores interessados em participar do edital devem encaminhar os projetos pelo sitedo CNPq, juntamente com o Formulário de Propostas online, disponível na Plataforma Carlos Chagas. O CNPq destaca que está chamada tem caráter emergencial, já que os pesquisadores estão tendo dificuldades financeiras para dar continuidade a investigações científicas de impacto social. O projeto deve estar inserido dentro de uma das nove linhas temáticas de pesquisas relacionadas ao zika: desenvolvimento de novas tecnologias diagnósticas; desenvolvimento e avaliação de repelentes e de imunobiológicos; inovação em gestão de serviços em saúde; imunologia e virologia; epidemiologia e vigilância em saúde; estratégias para controle de vetores; desenvolvimento de tecnologias sociais; inovação em educação ambiental e sanitária; e fisiopatologia e clínica. Os estudos devem ser concluídos dentro do prazo de 48 meses. As propostas vão passar por quatro etapas de análises por especialistas e consultores do Capes, do CNPq, do departamento de Ciência e Tecnologia e da Secretaria de Vigilância em Saúde. Os resultados e a contratação das pesquisas estão previstos para o início do segundo semestre deste ano. Os projetos vão ser financiados dentro de três faixas de recursos: até R$ 500 mil; de R$ 500 mil a R$ 1,5 milhão; e de R$ 1,5 milhão a R$ 2,5 milhões. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou que o edital tem como objetivo encontrar mecanismos de controle e combate ao vírus zika. "Nossa prioridade absoluta é combater o mosquito", disse, ao se referir ao Aedes aegypti. Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Informação, Gilberto Kassab, classificou a chamada pública como uma parceria entre o governo federal e a comunidade científica. "É uma oportunidade de renovar esforços", concluiu.
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