Plenário vazio não impede defesa de Dilma, que falará ao Senado

Arquivado em:
Publicado Sábado, 27 de Agosto de 2016 às 12:27, por: CdB

Barbosa concentrou seu depoimento na demonstração, de forma às vezes didática, de que as ações da presidenta Dilma foram tomadas dentro da legalidade, no momento em que as operações de crédito com os bancos públicos foram realizadas

 
Por Redação - de Brasília
  O terceiro dia de depoimentos no julgamento no Senado do impeachment da presidenta Dilma Rousseff começou com o depoimento do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, em um plenário esvaziado mas, ao contrário do que ocorreu com as últimas testemunhas, a bancada governista decidiu usar seu tempo neste sábado para questioná-lo.
lewandowski.jpg
O ministro Lewandowski tentou controlar os ânimos no Plenário do Senado, mas estava difícil
O senador tucano Ricardo Ferraço (MS) voltou a acusar o governo da presidenta Dilma de realizar operações de crédito com o objetivo de promover um "projeto político criminoso e irresponsável”. Foi o que bastou para os aliados de Dilma se levantarem e instalar um ambiente de enfrentamento, no Plenário da Casa. Embora estivesse em curso a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, de não conceder questões de ordem para temas que não sejam regimentais, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) decidiu interromper o discurso de Ferraço para responder às críticas. Em seguida, o senador tucano Cássio Cunha Lima (PB) pediu a palavra e seguiu na linha de ataque, até que Lewandowski cortou, novamente, o microfone dos senadores. Barbosa concentrou seu depoimento na demonstração, de forma às vezes didática, de que as ações da presidenta foram tomadas dentro da legalidade, no momento em que as operações de crédito com os bancos públicos foram realizadas. O ex-ministro repetiu, à exaustão, que o entendimento do Tribunal de Contas da União de que as operações eram irregulares foi posterior. — Não cabe retroatividade nas questões legais. Isso causa grande desconfiança jurídica. Se as leis podem ser interpretadas ao prazer das conveniências políticas podem trazer enorme insegurança para o país — afirmou Barbosa. A senadora Vanessa Grazziotin, em sua fala, voltou a reclamou do baixo comparecimento de senadores ao depoimento, uma vez que muitos deles voltaram aos seus Estados ainda na noite de sexta-feira. — A maioria está evitando fazer questionamento porque quando fazem ouvem respostas que não querem. Fazem malabarismo para tentar indicar um crime e até agora não conseguiram — apontou.

Dilma presente

Último ato antes da votação final do impeachment, o depoimento da presidenta Dilma Rousseff, na segunda-feira, promete ser ainda mais tenso do têm sido as sessões do julgamento, em curso no Senado. O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, disse que não teme uma batalha no Plenário, durante o depoimento. — A presidenta fará um discurso de estadista. Não terá provocação — afirmou. Dificilmente, porém, algum senador da base aliada ao governo golpista deixará de promover algum tipo de enfrentamento. — Acho que vamos ter um debate muito forte, mas não dá para prever se vai sair do controle. Pela tensão que está no plenário, não é impossível. Se alguém levantar o tom com ela, nós vamos responder. Qualquer ação vai gerar uma reação, está tudo à flor da pele — afirmou a jornalistas a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença na Casa, durante o depoimento de sua sucessora, mas prometeu ficar nas galerias, e não no Plenário, “para não ofuscar o depoimento” de Dilma.
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo