A 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo havia determinado a prisão de 11 acusados de envolvimento no esquema de fraudes no contrato para gestão de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento
Por Redação, com ABr - de São Paulo:
Após passar a noite na carceragem da Polícia Federal (PF) na capital paulista, o ex-ministro Paulo Bernardo e mais setes presos na Operação Custo Brasil, deflagrada na quinta foram levados nesta sexta-feira para prestar depoimento à Justiça Federal. Eles deixaram a sede da Superintendência da PF na Lapa, em três viaturas da polícia.
A assessoria de imprensa da PF informou que os acusados prestaram depoimento em audiência de custódia na 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo. Depois, retornaram para a carceragem da PF, onde começaram a ser ouvidos nesta sexta-feira.
Paulo Bernardo e mais cinco presos chegaram no início da noite de quinta-feira à capital paulista, em dois aviões, desembarcando no aeroporto de Guarulhos. O secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia da Silva, já estava no prédio da PF. Todos passaram a noite em celas na carceragem.
Acusação
Paulo Bernardo é investigado em um esquema de pagamento de propina, estimado em mais de R$ 100 milhões, a diversos funcionários públicos e agentes políticos na época em que era ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, entre os anos de 2010 e 2015.
A 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo havia determinado a prisão de 11 acusados de envolvimento no esquema de fraudes no contrato para gestão de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento. Um deles, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, já estava preso em Curitiba, e dois, que não tiveram os nomes divulgados, não foram encontrados.
Petros e Postalis
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal fizeram nesta sexta-feira uma operação para prender sete pessoas suspeitas de desvio de recursos dos fundos de pensão Petros (da Petrobras) e Postalis (dos Correios). Além dos mandados de prisão temporária expedidos pela 5a Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em três Estados.
Foi ainda decretado o bloqueio de bens e ativos financeiros - inclusive os localizados no exterior - de 46 pessoas físicas e jurídicas, no valor de cerca de R$ 1,35 bilhão.
Segundo a Polícia Federal, foram investidos R$ 100 milhões dos fundos na empresa Galileo Educacional, através da compra de debêntures (títulos mobiliários), com o objetivo de recuperar a Universidade Gama Filho, no Rio. Mas, quando o Grupo Galileo quebrou, cerca de R$ 90 milhões foram perdidos.
A investigação encontrou indícios de que os investigados desviaram grande parte dos recursos aportados pelos fundos em favor de sócios e pessoas jurídicas, ao invés de contribuir para a recuperação da Gama Filho.
Entre os investigados que tiveram a prisão decretada estão o ex-diretor financeiro do Postalis, Adilson Florêncio da Costa, e os então sócios do Grupo Galileo, Márcio André Mendes Costa e Ricardo Andrade Magro.