Publicado Quinta, 05 de Dezembro de 2019 às 10:29, por: CdB
Nesta quinta-feira, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) incluiu no recurso contra Dallagnol as informações vazadas à mídia conservadora, de que o "doleiro dos doleiros," Dario Messer, acusa o procurador Januário Paludo de receber propina.
Por Redação - de Brasília
A investigação sobre o pagamento de propinas ao procurador Januário Paludo, da Operação Lava Jato, já teve início e seus desdobramentos respingam no chefe das investigações, procurador Deltan Dallagnol. A apuração começou com um relatório da Polícia Federal, de outubro, sobre mensagens trocadas entre o doleiro Dario Messer e sua namorada.
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Nesta quinta-feira, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) incluiu no recurso contra Dallagnol as informações vazadas à mídia conservadora, de que o "doleiro dos doleiros," Dario Messer, acusa o procurador Januário Paludo de receber propina. No recurso, o parlamentar pede o afastamento de Dallagnol do cargo de procurador-chefe da Lava Jato. A peça foi enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
— Por todo o exposto, resta claro que os membros da operação ‘lava jato’ devem no mínimo uma explicação à sociedade. (...) A Corregedoria do Ministério Público Federal não pode se omitir, são denúncias graves que precisam de respostas — afirmou o congressista.
Sindicância
As mensagens citam que foi paga propina ao procurador Paludo para proteger o doleiro. O relatório da PF foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para adoção de providências. Integrantes da instituição avaliaram o caso como gravíssimo.
A Corregedoria do Ministério Público Federal instaurou uma sindicância para apurar as mesmas suspeitas do ponto de vista ético-disciplinar.
Messer é um dos suspeitos que devem ser ouvidos na investigação penal no STJ. Outros nomes que acusam a Lava Jato de praticar desvios também poderão ser chamados a depor, como o advogado Rodrigo Tacla Duran. Nas conversas obtidas pela PF, o doleiro dos doleiros Messer diz à sua namorada que uma das testemunhas de acusação contra ele teria uma reunião com Paludo, e acrescenta:
— Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês.
Lavagem
Para a PF, ainda de acordo com a reportagem do UOL, os “meninos” mencionados por Messer são Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca, suspeitos de atuar com o doleiro em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Lava Jato do Rio.
Paludo está na Operação Lava Jato em Curitiba desde o seu início, em 2014. Ele é apontado como conselheiro do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, e próximo do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça do governo neofascista de Jair Bolsonaro.
Dentre as várias irregularidades da Lava Jato, uma delas foi Dallagnol dar uma palestra à empresa Neoway Tecnologia, citada em delação de lobista envolvido no pagamento a políticos do MDB.
Segundo reportagem do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, Dallagnol fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil para uma empresa que havia sido citada em um acordo de delação em caso de corrupção na própria força-tarefa da Lava Jato.