PT vai planejar governabilidade com líderes aliados no Rio

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Publicado Quarta, 30 de Outubro de 2002 às 07:11, por: CdB

Presidente do PT, o deputado José Dirceu anunciou nesta quarta-feira, durante o programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, vai se reunir com todos os partidos políticos para discutir a governabilidade e a base de sustentação do futuro governo. Dirceu acredita que os encontros começarão já na próxima semana, quando Lula estará no Rio de Janeiro e se reunirá com as lideranças dos grandes partidos que o apoiaram, inclusive com os ex-governadores Anthony Garotinho (PSB), Ciro Gomes (PPS) e Leonel Brizola (PDT). Dirceu deve se reunir com o presidente do PSB, Miguel Arraes, em Brasília, ainda nesta quarta-feira. "Isso é muito importante, porque nós temos de construir a base de sustentação do novo governo, definir as principais medidas no primeiro trimestre do ano que vem e também o Lula quer começar, evidentemente, os primeiros contatos para a montagem do futuro governo", afirmou Dirceu. Alíquota do imposto O presidente do PT disse ainda que o fato de o partido defender neste momento a manutenção das alíquotas de 27,5% do Imposto de Renda da Pessoa Física e de 9% da Contribuição Sobre o Lucro das empresas não significa que concorde com elas para o futuro. "Nós não podemos agora ter perdas nas receitas. Para retirá-las (as alíquotas), precisamos da reforma tributária. Então, será necessário mantê-las neste momento, observou. Segundo ele, as reformas tributária e previdenciária poderão garantir no futuro recursos para investimentos em programas mais amplos. Com relação ao salário mínimo, o presidente do PT disse que o partido tem que trabalhar para aumentar o reajuste além dos R$ 211 já previstos. "Na medida que isso for possível porque, ao mesmo tempo, temos que garantir a transição para uma nova política econômica com um superávit fiscal já acordado e mantendo a inflação sob controle", ressaltou. Dívida dos Estados Ele reafirmou a intenção do futuro governo de fazer um pacto com os governadores pelas reformas tributária e previdenciária, como forma de garantir maior arrecadação para resolver o problema da dívida dos Estados com a União. Atualmente, os Estados são obrigados a comprometer parte de suas receitas para o pagamento dessa dívida. Dirceu ressaltou a dificuldade de renegociar com os governadores sem levar em consideração a situação do País. "Nós poderíamos ter problemas graves na economia de queda da arrecadação e de mais inflação", afirmou. Ele disse ter convicção de que a economia brasileira vai melhorar. "Isso é inevitável. A curto prazo o Brasil pode estar vivendo uma situação econômica difícil, mas é evidente que o Brasil é uma grande oportunidade para os investidores e tem condições de honrar seus compromissos com os credores", afirmou. "Nós temos confiança, segurança e propostas para retomar o crescimento econômico. Além disso, temos a convicção de que em torno de um pacto nacional pelo Brasil poderemos aprovar as reformas necessárias para o País", disse. Compromissos do partido Dirceu acredita que já no primeiro ano do novo governo será possível cumprir compromissos importantes, como o combate à fome e a segurança pública. O presidente do PT estima uma transição de seis a 18 meses para a retomada do crescimento econômico. Ele afirmou ainda que neste período de transição o partido vai levar em conta a situação do País e a situação internacional, mas vai manter os compromissos fundamentais da legenda. "Podem ter certeza que no caso do PT, e o presidente eleito já assegurou isso ao País, nós não vamos abrir mão daquilo que é evidentemente a nossa história e as nossas propostas fundamentais", garantiu.

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