Reino Unido pode enfrentar falta de comida, combustível e remédios

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Publicado Domingo, 18 de Agosto de 2019 às 14:13, por: CdB

O Reino Unido vai sofrer com faltas de combustível, alimentos e remédios, caso saia da União Europeia (UE) sem um acordo de transição.

 

Por Redação, com Reuters - de Londres

O Reino Unido vai sofrer com faltas de combustível, alimentos e remédios, caso saia da União Europeia (UE) sem um acordo de transição, segundo documentos oficiais publicados pelo jornal Sunday Times, cuja interpretação foi imediatamente contestada por ministros.
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Reino Unido pode enfrentar falta de comida, combustível e remédios, diz documento
Apresentando um panorama de portos congestionados, protestos do público e problemas generalizados, o jornal disse que as previsões formuladas pelo governo mostram os mais prováveis choques de um Brexit sem acordo, e não as piores possibilidades de cenários. No entanto, Michael Gove, o ministro responsável pelos preprativos do chamado “no-deal”, ou seja, um Brexit sem acordo, rebateu essa interpretação, declarando que os documentos mostravam, sim, as piores consequências possíveis, e que o planejamento havia sido acelerado nas últimas três semanas. O Sunday Times disse que até 85% dos caminhões que usam o principal ponto de cruzamento do Canal da Mancha podem não estar preparados para os procedimentos alfandegários da França, o que pode significar que os problemas nos portos poderiam durar até três meses antes que o fluxo melhorasse. O governo também acredita que o estabelecimento de uma fronteira convencional entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, país da UE, seria provável uma vez que os planos para evitar uma fiscalização abrangente vão se provar insustentáveis, disse o jornal. “Organizado neste mês pelo governo sob o nome de Operação Yellowhammer, o documento oferece um visão rara do planejamento confidencial seno adotado pelo governo para evitar um colapso catastrófico da infraestrutura da nação”, afirmou o Times.

Documentos

O gabinete do primeiro-ministro Boris Johnson disse que não comentaria documentos vazados, mas Gove declarou que o documento era antigo e não refletia o preparo atual. – É o caso, como todos sabem, que se nós tivermos um Brexit sem acordo haverá inevitavelmente alguns problemas, alguns obstáculos no caminho. É por isso que queremos o acordo – afirmou Gove à imprensa. – Mas também é o caso que o governo está bem mais prerado agora do que estava no passado, e é também importante as pessoas reconhecerem que o que está sendo descrito nesses documentos é enfaticamente a pior possibilidade de cenário – acrescentou. Uma fonte do governo culpou um ex-ministro não identificado, que quer influenciar as negociações com a UE, pelo vazamento. “Esse documento é de quando ministros estavam obstruindo o que precisava ser feito para ficarmos prontos para sair e quando os recursos não estavam disponíveis”, disse a fonte que não quis se identificar. “Ele foi deliberadamente vazado por um ex-ministro numa tentativa de influenciar as discussões com os líderes da UE.” O Reino Unido está no rumo de uma crise constitucional e de uma confrontação com a UE, à medida que Johnson promete deixar o bloco em 31 de outubro sem um acordo, se a UE não renegociar o Brexit. No entanto, o bloco se recusa a reabrir a discussão sobre o acordo de saída.
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