Rio: Witzel é cobrado por plano de segurança pública após alta nas mortes por policiais

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Publicado Sexta, 29 de Março de 2019 às 09:09, por: CdB

Letalidade policial fez 305 vítimas em dois meses, o que corresponde a uma morte a cada quatro horas e meia. Pesquisadores e movimentos contestam lógica do confronto adotada no Estado.

Por Redação, com RBA - do Rio de Janeiro

 Representantes de movimentos sociais, pesquisadores e lideranças políticas cobraram do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), um plano de política de segurança pública que resguarde o direito à vida da população e dos policiais, em audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa realizada na quinta-feira.

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Letalidade policial fez 305 vítimas em dois meses

De acordo com as denúncias dos participantes, as operações policiais nas favelas e periferias do Estado violam, cotidianamente, o estado democrático de direito, a partir da lógica de confronto que, segundo os representantes, vem sendo intensificada por Witzel.

Só entre janeiro e fevereiro deste ano, a letalidade policial bateu recorde, em 16 anos, registrando 305 óbitos, uma morte a cada quatros horas e meia, de acordo com dados do jornal Folha de S. Paulo.

– Esse modelo de operação e essa lógica de confronto não favorece ninguém. Ela mata todos os dias na periferia, ela viola direito, porque é isso, ficar 30 dias sem aula é um horror, e ela mata o policial – descreve a coordenadora da ONG Redes da Maré, Shirley Rosendo, em entrevista à repórter Adriana Maria, do Seu Jornal, da TVT.

Contrários à aposta no confronto direito, como a ação ocorrida na quarta-feira no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital Fluminense, em que a polícia usou um helicóptero para atirar em direção à favela deixando pelo menos duas pessoas mortas e outras duas feridas, pesquisadores defendem a profissionalização da força policial.

– A gente não quer ver crianças terem a vida ceifada no meio do caminho porque estavam brincando e jogando bola, ou porque foram comprar um salgado – afirma Bruna da Silva,  mãe do jovem Marcos Vinicius, que foi morto a caminho da escola por um tiro disparado pela Polícia Militar, na Maré, em junho de 2018, quando o Rio estava sob intervenção federal na segurança pública.

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