Rocha Loures teria entregado amigos de Temer em nova delação

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Publicado Quinta, 29 de Março de 2018 às 13:31, por: CdB

Na tentativa de se livrar da cadeia e preservar o patrimônio da família, Rocha Loures teria entregado Temer. O patrimônio político do emedebista, segue cada vez mais fraco.

 

Por Redação - de Brasília

 

Flagrado com uma mala cheia de dinheiro, correndo com pelas ruas de São Paulo, Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente de facto, Michel Temer, estaria por trás das prisões efetuadas nesta quinta-feira, pela Polícia Federal (PF). Estão encarcerados o empresário e dono da Rodrimar, Antônio Celso Grecco; o advogado José Yunes, apontado como operador do esquema; o coronel aposentado João Batista Lima Filho, tido como intermediário e laranja de Temer; e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi.

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Rocha Loures teria entregado os amigos de Temer, em uma delação premiada

Na cúpula do MDB, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, Rocha Loures é citado como delator de todos os homens no entorno do mandatário. Para assegurar o patrimônio, em meio à série de escândalos, recentemente foi vendida a Nutrimental, principal empresa da família.

Cerco se fecha

Na decisão que autorizou o mandado de busca e apreensão – no âmbito da Operação Skala - na sede da empresa Rodrimar, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, disse haver "possível cometimento de crimes como corrupção; lavagem de dinheiro e associação criminosa/organização criminosa a eles correlatos”.

As investigações visam apurar o suposto pagamento de propinas a Michel Temer por meio da edição de um decreto que beneficiou a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos, assinado pelo emedebista no ano passado. A sócia do Grupo Libra, Celina Torrealba também foi presa pelos policiais.

A prisão de pessoas tão próximas de Temer ligou o alerta vermelho no Palácio do Planalto. A gravidade da situação jurídica de Temer, por conseguinte, abre espaço para uma nova denúncia contra ele. As duas anteriores foram negociadas com o Congresso, para que não fossem aprovadas. O patrimônio político do emedebista, no entanto, segue cada vez mais fraco.

Defesa vazada

Diante do estrago, o ministro Carlos Marun, da articulação política do governo, diz agora não entender o motivo das prisões de dois amigos de Michel Temer - José Yunes e o coronel João Batista Lima.

— Quero saber os motivos da prisão. Tenho certeza de que, se isso não for tratado com sensacionalismo, não enfraquece o governo porque o presidente Temer não tem nada a ver com isso. O decreto dos portos não beneficia a Rodrimar — disse.

Segundo o parlamentar afastado da base do governo, ”a prisão de dois amigos do presidente é uma situação com relação a qual não tenho conhecimento dos motivos específicos que levaram a ela”.

Esquema no Porto

— Temos a mais absoluta convicção de que, em havendo clareza e imparcialidade na conclusão das investigações; chegaremos a óbvia conclusão, como se estivesse investigando um assassinato de quem não morreu; de que o decreto dos Portos não beneficia a Rodrimar. E, no final, restará esclarecida a absoluta inocência do presidente em relação a isso — desconversou.

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