Rosinha cobra mais participação da União no combate ao crime

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Publicado Terça, 13 de Abril de 2004 às 09:22, por: CdB

A governadora Rosinha Garotinho rechaçou, hoje de manhã, qualquer pedido de intervenção federal na área de segurança do estado. Depois de criticar o uso político do assunto, como vem fazendo o prefeito do Rio, César Maia, Rosinha disse que aceita colaboração do governo federal.
Rosinha lembrou que, no início do ano passado, ao assumir o governo do estado, solicitou à União a participação do Exército para auxiliar na segurança das ruas do Rio.
- Houve um entendimento do Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de criar um comitê integrado para trabalhar em conjunto. Só que não está havendo esta cooperação por parte do governo federal. Eu, à época, pedi para o Exército ficar. Quem falou que não poderia, pois não seria esta sua função, foi o Ministro da Defesa - contou.
Rosinha disse que nunca negou ou deixou de pedir a colaboração do governo federal.
- Para que, então, foi criado um gabinete integrado? Há um ano foi assinado um convênio que garantia ao Rio R$ 40 milhões para a área de segurança pública. Nós enviamos o projeto, mas o dinheiro não chega. Do total, liberaram agora R$ 19 milhões. Estamos abertos a qualquer colaboração, mas uma colaboração efetiva, não apenas de boca - afirmou.
A governadora disse que a culpa pelo crescimento da violência é de todas as instâncias do poder público, que não cumprem suas obrigações.
- Se todos os governos cumprissem suas obrigações, em todas as instâncias, talvez tivéssemos uma sociedade melhor. As armas que os bandidos têm não são fabricadas no Rio. Entram pelas fronteiras, é responsabilidade federal. A responsabilidade de deixar ou não crescer favelas no Rio de Janeiro é da prefeitura. Faço um desafio: a prefeitura não deixa mais crescer favelas e o governo federal cuida das fronteiras que o governo estadual vai desarmar o Rio.
Rosinha acrescentou que nunca o governo investiu tanto na segurança quanto na gestão de Anthony Garotinho e na dela.
- Investimos em equipamentos e em inteligência. A polícia do Rio nunca esteve tão bem equipada - garantiu.
A governadora destacou o trabalho da polícia no caso da Rocinha, onde o confronto entre traficantes causou uma série de transtornos aos moradores locais. Segundo ela, a polícia a agiu prontamente, evitando um colapso maior na região.
- Tráfico de drogas é um combate que cabe ao governo federal e que cai nos ombros dos governadores. A omissão da União não afeta só o Rio, mas todos os estados. E os problemas não acontecem só aqui. Ontem, houve duas chacinas em São Paulo, onde morreram 12 pessoas. Só que lá não dão essa dimensão como aqui - comparou.

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