Rússia e Otan assinam tratado histórico de combate ao terror

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Publicado Quinta, 13 de Setembro de 2001 às 17:17, por: CdB

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Rússia assinaram, nesta quarta-feira, uma declaração conjunta na qual afirmam que os responsáveis pelos ataques ao World Trade Center, em Nova York, e ao Pentágono, em Washington, devem ser punidos. "A Otan e a Rússia estão unidas e determinadas a não deixar impunes os autores desse ato desumano", destaca a declaração firmadas na sede da Otan na capital belga. Em Moscou, o chanceler russo Igor Ivanov reuniu-se com o colega francês Hubert Vdrine. "Na luta contra o terrorismo, todos os meios possíveis devem ser utilizados, incluindo políticos e, se necessário, o uso da força", disse Ivanov, referindo-se ao que classificou de coincidência altamente simbólica. "Nesta semana, transcorre o segundo aniversário do atentado a bomba, cometido por terroristas chechenos, contra um prédio de apartamentos em Moscou que deixou dezenas de mortos e feridos." Referindo-se ao problema, o conselheiro da chancelaria russa, Yevgeny Bazhanov, deixou escapar em entrevista à BBC que a Rússia está altamente interessada em "tirar de circulação" o milionário saudita Osama bin Laden, apontado como principal suspeito dos atentados de terça-feira nos Estados Unidos. "Bin Laden lutou contra a União Soviética na Guerra do Afeganistão (anos 80), ele luta contra a Rússia na Chechênia, sendo óbvio, portanto, que estamos prontos para lutar contra ele", acrescentou Bazhanov. Mas o ministro da Defesa, Sergei Ivanov, fez uma ressalva: "Só se poderá falar em medidas retaliatórias quando os autores (dos atentados) forem conhecidos e os fatos relacionados ao incidente esclarecidos." Ivanov reiterou a oferta de ajuda nas investigações feita ao governo americano. Na quarta-feira, a Otan havia adotado uma providência inédita: a invocação do Artigo 5 de sua constituição. Esse dispositivo estabelece que um ataque a um de seus membros será considerado uma agressão a todos os 19 membros da instituição. Paradoxalmente, esse artigo, criado em 1949 durante a guerra fria, tinha por objetivo enfrentar eventual ataque da então URSS e seus aliados do Leste Europeu. Em Londres, o ministro dos Transportes britânico, Stephen Byers, confirmou para amanhã reunião com seus colegas da UE. Vão debater medidas para reforçar a segurança nos aeroportos locais, que incluem a colocação de agentes armados nos aviões. Também ocorrerão nesta sexta-feira atos religiosos em memória das vítimas do atentado em todas as capitais européias. Nesta quinta-feira, pela primeira-vez em seus 160 anos de história, a Guarda Real entoou o hino dos Estados Unidos, em homenagem aos que pereceram nos atentados. Foi durante a tradicional troca de guardas no Palácio de Buckingham. O ato comoveu centenas de turistas americanos. Muitos deles chegaram a chorar.

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